Duas histórias, dois livros, uma peça. Uma viagem que começa na terra e termina no mar. Assim se descreve o espetáculo “Lúcia afogada”, que cruza em palco o conto de fadas “História da Gata Borralheira” e a poesia de “Dia do Mar” de Sophia de Mello Breyner Andersen, numa reflexão sobre a corrupção no mundo.
A peça esteve em cena na noite do passado sábado no Teatro Municipal de Matosinhos - Constantino Nery e contou com as interpretações de Dalila Carmo e Duarte Grilo.
“Lúcia afogada” aborda a importância das escolhas que se fazem ao longo da vida e as suas repercussões. A história assenta na luta entre o mundo material (simbolizado pelos sapatos de diamantes) e o mundo essencial (simbolizado pelo reencontro com o mar). O narrador (Duarte Grilo), um príncipe encantado, recria a história de Lúcia (Dalila Carmo), uma rapariga com um horrível vestido lilás que sempre sonhou pertencer ao mundo das coisas materiais e que, para seguir esse sonho, acaba por se desviar do amor e dos valores familiares. Como vingança por não ter conseguido conquistar o amor de Lúcia, o príncipe, ferido e atormentado, volta 20 anos mais tarde para a confrontar com o passado e lhe devolver a memória das coisas naturais.
“Lúcia afogada” é um espetáculo da Nova Companhia, dirigido por Martim Pedroso e com música original de Carlos Morgado.