Na versão de Sophia de Mello Breyner Andresen, a “História da Gata Borralheira” não é exatamente como os irmãos Grimm a conceberam. É um conto sobre a importância das escolhas que se fazem. No espetáculo “Lúcia Afogada”, que no sábado sobe ao palco do Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery, a narrativa de Sophia cruza-se ainda com a poesia do livro “Dia do Mar” para se transformar numa reflexão sobre a corrupção do mundo.
Com os atores Dalila Carmo e Duarte Grilo nos papéis de Lúcia e do príncipe, o espetáculo da Nova Companhia é dirigido por Martim Pedroso e conta com música original de Carlos Morgado. Trata-se de uma viagem de vida que começa na terra e acaba no fundo do mar. Um delírio dramático e poético em torno da frugalidade e sobre como é fácil ser-se levado a escolher o caminho menos essencial.
“Este conto é uma luta entre dois mundos”, lê-se no texto de apresentação de “Lúcia Afogada”: “O mundo material (simbolizado pelos sapatos de diamantes) e o mundo essencial (simbolizado pelo reencontro com o mar). O narrador, um estranho príncipe aparentemente encantado, recria a história de Lúcia, uma rapariga com um horrível vestido lilás que sempre sonhou pertencer ao mundo das coisas materiais e que, para seguir esse sonho, acaba por se desviar do amor e dos valores familiares. Como vingança por não ter conseguido conquistar o amor de Lúcia, o príncipe, ferido e atormentado, volta 20 anos mais tarde para a confrontar com o passado e para lhe devolver a memória das coisas naturais”.
Lúcia Afogada M12 Preço dos bilhetes: 7,50€. Para crianças até aos 14 anos, estudantes e maiores de 65 anos: 5€. Desconto de 20% para compras superiores a 10 bilhetes.