Um adeus? Talvez um até breve? Pairava a dúvida e a esperança entre os espectadores que encheram o Cine-Teatro Constantino Nery, no sábado, dia 4 de Dezembro para assistirem ao último concerto do ciclo Big Bands.
Um adeus? Talvez um até breve? Pairava a dúvida e a esperança entre os espectadores que encheram o Cine-Teatro Constantino Nery, no sábado, dia 4 de Dezembro para assistirem ao último concerto do ciclo Big Bands.
A emoção de ouvir a Orquestra de Jazz de Matosinhos, com apresentação de Manuel Jorge Veloso, a fazer pela última vez uma viagem pelos tempos do jazz foi grande e fez-se sentir em cada aplauso. A esperança de novas viagens e novos espectáculos ficou em cada palma e em cada sorriso.
As big bands e o presente/futuro do jazz foi o tema deste concerto, que teve na primeira fila o vereador Fernando Rocha, responsável pelo Pelouro da Cultura.
Desaparecidos há muito os génios do jazz, este ainda tem para nos dar exemplos de alta qualidade no domínio das big bands. É o tempo das grandes sínteses e da polivalência estética, com jovens e veteranos a ombrear sobre os palcos: Bill Holman e Haden, Carla Bley e Toshiko, Maria Schneider e Hollenbeck, com Wynton Marsalis pelo meio. E, ainda e sempre, Bob Brookmeyer.
O propósito desta iniciativa foi muito além de uma actualizada exploração do repertório característico das mais importantes orquestras da chamada era do “Swing” (1932-1944), recuando no tempo até aos pioneiros trabalhos de Paul Whiteman ou Fletcher Henderson e avançando até aos dias de hoje, com a cobertura de nomes como Maria Schneider ou John Hollenbeck, pelo meio passando, entre tantos outros, por Gil Evans, Bob Brookmeyer, Charles Mingus ou Muhal Richard Abrams.
Iniciativa exigente e singular na ambição dos seus propósitos - uma vez que a investigação e o estudo do papel das “big bands” no jazz costuma circunscrever-se ao seu chamado "período de ouro" (1925/1955) -, este ciclo procurou ir mais além e dedicar a sua atenção ao jazz para grande orquestra criado até aos nossos dias, ou seja, até ao início do século XXI.