Michael Cunningham, vencedor do prémio Pulitzer, estará hoje em Matosinhos
Michael Cunningham (vencedor do Prémio Pulitzer) vai estar hoje no Festival LeV. Filipa Melo vai ser a moderadora da entrevista de vida ao norte-americano, pelas 16h00.
A 13ª edição do LeV – Literatura em Viagem continua, assim, a dar que falar. Sob o tema «A última viagem», convidados e público têm sido convidados a recordar grandes deslocações – reais, imaginárias, metafóricas, ficcionais ou míticas.
O programa do LeV de ontem arrancou, logo pela manhã, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca com a oficina de tradução “O que é traduzir?”. Tendo como convidado Nuno Quintas, nesta oficina procurou-se entender o que é (e o que não é) traduzir, descobrindo diferentes escolas de tradução, bem como a tradução em diferentes (con)textos, recorrendo a géneros e tipologias distintas.
Seguiu-se, pelas 15h00, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, a mesa de debate “Portugal como último destino” com os convidados Fernando Ribeiro e José Milhazes e moderação de Pedro Vieira e, pelas 16h00, a mesa de debate “A literatura como viagem”, que teve como convidados o inglês Alan Hollinghurst (vencedor do Man Booker Prize), e o português Frederico Lourenço (vencedor do Prémio Pessoa), com moderação de Oliver Balch.
A literatura e a carreira de um escritor são feitas de viagens, as que se fazem por todo o mundo para conhecer leitores e espalhar o gosto pela leitura, e as que se fazem em frente à página em branco, para decidir o que fazer a seguir, qual o próximo passo nessa grande jornada que é escrever. Nesta conversa entre Alan Hollinghurst e Frederico Lourenço, juntaram-se dois grandes nomes da literatura, que nos falaram das suas experiências e do que estas têm de semelhante e de diferente.
O que representaram social e politicamente Natália Correia, Vera Lagoa e Snu Abecassis, bem como a produção literária e cinematográfica que foi inspirada nestas três figuras da história portuguesa contemporânea foram alvo de debate na mesa 3 deste festival da Literatura em Viagem. “O último minuto na vida de…” contou com as reflexões de Fernando Dacosta e Fernando Vendrell e a moderação de Rui Pedro Tendinha.
Pelas 18h00, o cabo-verdiano, Silvino Évora, leu poemas seus, com apresentação de Pedro Vieira e, pouco depois, numa apresentação conjunta de Alberto S. Santos e Vítor Pinto Basto, os autores conversaram sobre as suas mais recentes obras publicadas no mercado português, Amantes de Buenos Aires (Porto Editora) e O rapaz que queria aprender a olhar (Arqueu), acompanhados pelo escritor e jornalista Júlio Magalhães e pelo Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, Fernando Rocha.
Depois de uma pausa, o festival continuou, pelas 21h30, no mesmo palco com “Na tua ou na minha língua”. Fabio Guidetti, Maud Vanhauwaert, Pedro Viegas, Simone Atangana Bekono e Xénon Cruz estiveram à conversa numa sessão entre escritores e os seus tradutores, sobre o processo de escrita e de tradução, quais as dificuldades, os desafios de transmitir uma voz particular numa nova frequência. Uma sessão apoiada pelo projeto europeu CELA — Connecting Emerging Literary Artists, que reúne escritores e tradutores de vários países: Portugal, Espanha, Roménia, Itália, Holanda e Bélgica que contou com a moderação de Hélder Gomes.
Para acabar o dia em grande, o café concerto do Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery recebeu, pelas 22h30, a leitura encenada de uma das peças escritas durante a residência dramatúrgica levada a cabo no âmbito do LeV , que decorreu entre os dias 6 e 12 de maio, com vários autores de países da lusofonia. Uma ação que promoveu o debate, com leitura encenada, e onde foram discutidas questões que norteiam a dramaturgia realizada no Brasil, em Portugal, em Espanha e em Cabo Verde, que contou com a participação de Caplan Neves, Cecilia Ferreira, Fabio Brandi Torres, Inmaculada Alvear, Jorge Louraço e Luis Miguel Cruz.
Hoje, 12 de maio, o Festival LeV vai despedir-se.
Veja aqui a programação detalhada:
Domingo, 12 de maio
15.00
Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery
Mesa de debate | «O céu como destino»
Convidados: Helena Vasconcelos, Mário Correia | Moderação: Tito Couto
Artur Sacadura Cabral desapareceu enquanto voava sobre o mar do norte; muitos anos depois, Portugal organizaria a maior ponte aérea de que há memória. O que fica dessas últimas viagens, os mitos, as incertezas, o vazio.
16.00
Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery
Entrevista de vida a Michael Cunningham
Convidados: Michael Cunningham | Moderação: Filipa Melo
Em parceria com as Residências Internacionais de Escrita da Fundação Dom Luís I.
17.00
Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery
Mesa de debate | «Heróis do mar e não só»
Convidados: João Canijo, Rui Tavares | Moderação: Hélder Gomes
São milhares as histórias de naufrágios, dos mais espetaculares, aos casos que não passam de notas de rodapé. Qual a relação entre as grandes e pequenas tragédias da navegação com o cinema e a literatura?
18.00
Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery
Mesa de debate | «Espaço, a derradeira viagem»
Convidados: Carlos Fiolhais, Rui Agostinho | Moderação: Miguel Gonçalves
As vicissitudes da conquista do espaço. Os erros, os azares, os passos atrás num caminho que ainda mal começou. As campanhas espaciais estarão no ponto em que estavam as primeiras tentativas de construir um barco?
10 a 12 de maio
Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery
Exposição | «The house in me»
Convidados: Maud Vanhauwaert
Já não moro na casa (mas a casa ainda mora em mim)
Um projeto transmedia, para o CELA, assinado por Maud Vanhauwaert.
«Imagine a casa onde cresceu. Trace e percorra o caminho da porta de entrada até ao quarto onde dormia.»
Este foi o desafio que a escritora flamenga Maud Vanhauwaert lançou a cinco pessoas que perderam a sua casa de infância por circunstâncias várias. Essas cinco pessoas responderam ao desafio desenhando, cada uma, o mapa da sua história e contando a Maud as memórias, enquanto «caminhavam» pela casa. Com base nessas histórias, Maud compôs textos literários e surrealistas. Esta instalação surge do conjunto de ficções que daí resultaram, e convida os visitantes a escolherem um caminho, a vaguearem entre os vários caminhos possíveis, criando a sua própria experiência.
Recorde-se que para facilitar o acesso ao Teatro Municipal de Matosinhos, os amantes dos livros e das viagens poderão usar o parque de estacionamento da lota (Rua Heróis de França) de forma gratuita, requerendo para isso, no teatro, o cartão que atesta a sua presença no festival.
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