
Entre a programação online e presencial, o festival cumpriu todas as regras de segurança levando a diferentes públicos um programa com mais de 20 convidados de três continentes
O festival LEV- Literatura em Viagem chegou ao fim. A edição de 2021 apresentou um formato misto, entre a programação online e presencial, cumprindo todas as regras de segurança no âmbito do combate à pandemia.
Ao longo de uma semana, mais de 20 convidados de três continentes passaram pelo LEV, entre os quais Yann Martel, John Banville, Luísa Costa Gomes, Pacheco Pereira, Ana García Bergua, Laura Niembro, Francisco Seixas da Costa, Bruno Vieira do Amaral, Conceição Evaristo, Daniel Oliveira, Marina Perezagua, Itamar Vieira Júnior, Milton Hatoum, entre outros.
O último dia do festival LEV iniciou-se com a entrevista de vida à investigadora Elvira Fortunato por Joana Lobo Antunes, comunicadora de ciência, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery.
A sessão, com a presença do Vice-presidente da Câmara Municipal e Vereador da Cultura, Fernando Rocha, foi transmitida nas plataformas digitais.
Elvira Fortunato é Vice-Reitora da Universidade Nova de Lisboa e Diretora do Laboratório Associado i3N, Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação, e foi recentemente foi distinguida com o Prémio Pessoa 2020.
Foi pioneira na investigação europeia sobre eletrónica transparente, nomeadamente transístores de película fina à base de semicondutores de óxido, demonstrando que estes materiais podem ser utilizados como verdadeiros semicondutores.
É coinventora do conceito de eletrónica de papel em todo o mundo: Paper-e®. Em 2008, ganhou uma Bolsa Avançada do Conselho Europeu de Investigação (ERC) com o projeto INVISIBLE e, em 2018, recebeu a segunda, no montante de 3,5 milhões de euros, na área dos materiais e aplicações multifuncionais. A sua equipa de investigação explora novas propriedades em materiais multifuncionais avançados e sustentáveis, incluindo óxidos, bem como novos materiais eletrónicos, incluindo métodos alternativos de deposição, com o principal objetivo de desenvolver tecnologias e dispositivos ecológicos a serem utilizados e explorados na área da eletrónica de superfície inteligente, flexível e adaptável.
Elvira Fortunado é membro eleito da Academia de Engenharia (2008), Academia Europeia das Ciências (2016), Academia das Ciências de Lisboa (2017) e Academia Europaea (2019). Pertence, desde 2014, ao Conselho de Curadores da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Foi Conselheira Científica Principal da Comissão Europeia, entre 2016 e 2020. Coordena desde 2019 na Universidade Nova de Lisboa o projeto SPEAR, uma plataforma europeia de apoio e implementação de planos para a igualdade de género em instituições do ensino superior.
Depois da entrevista a Elvira Fortunato, seguiu-se o painel “Viagem Literária: Escrítica de Escritores”. Conduzida pelo jornalista e escritor Hélder Gomes, a conversa juntou Francisco José Viegas e Onésimo Teotónio de Almeida.
Jornalista, professor e escritor, Francisco José Viegas tem um vasto currículo. É editor da Quetzal desde 2009 e diretor da revista Ler, fundada em 1987. É colunista de vários jornais e foi diretor da casa Fernando Pessoa. Autor de vários programas de rádio e de televisão, escreveu também romances, poesia e crónicas.
Doutorado em Filosofia, Onésimo Teotónio de Almeida é Professor no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Brown University, Estados Unidos da América. Autor de livros de crónicas e contos, na última década tem-se concentrado na publicação dos seus ensaios. O seu livro mais recente “O Século dos Prodígios. A ciência no Portugal da Expansão” recebeu quatro prémios, entre os quais o da Academia Portuguesa de História.
Posteriormente ao painel de Francisco José Viegas e Onésimo Teotónio de Almeida,
Carlos Tê e Rui Paulino juntaram-se numa conversa/concerto moderada por Tito Couto em torno de “10 mulheres, 10 canções”.
Carlos Tê nasceu no Porto em 1955. Licenciado em Filosofia na Universidade do Porto, tem repartido o seu trabalho entre poesia, crónica, romance, teatro e canção.
Como letrista, destacou-se em álbuns de Rui Veloso, Jafumega, Clã, Cabeças no Ar, Canto Nono com José Mário Branco, Estrada Branca com Mônica Salmaso e José Pedro Gil.
Rui David deixou o jornalismo em 2008 para se dedicar à uma carreira musical. Depois de 10 anos de muitos projetos (no teatro, em festivais, em auditórios, em bares) a solo ou em várias formações, participou no Festival RTP da Canção de 2018 com o tema “Sem Medo”, de Jorge Palma. No final de 2019 lança “Contraluz”, o seu primeiro trabalho. Além de vários temas originais, o álbum inclui canções inéditas de Carlos Tê, Manel Cruz, Miguel Araújo, Nuno Prata e Jorge Palma.
O festival LEV 2021 terminou na junta de freguesia de Lavra com um espetáculo do Quarteto de Cordas de Matosinhos em homenagem ao historiador Edgar Rodrigues, inserido na programação do centenário do seu nascimento. Na plateia, marcou presença a presidente da junta da união das freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo, Lurdes Queirós.
