
No dia 13 de Maio, feriado do Senhor de Matosinhos, foi lançada a obra “Memória da Indústria Conserveira – Matosinhos, Leça da Palmeira e Perafita-1899-2007” da autoria de Josué Tato, natural de Leça da Palmeira.
Numa cerimónia realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a apresentação do livro coube ao historiador Joel Cleto, com a presença do Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, e do Vereador da Cultura, Fernando Rocha.
Após ter concluído a instrução primária com 10 anos, Josué Tato iniciou a sua actividade profissional na praia da sardinha pela mão do Sr. José Rocha, o comprador de peixe da Fábrica Conservas Padrão. Desde muito cedo se enfarinhou pelo mundo das fábricas de conservas e, pelos catorze anos, realizou um dos seus sonhos: trabalhar nas oficinas que construíam máquinas para a indústria conserveira. Em 1948 entrou para a serralharia mecânica “A Vulcano” e terminou a sua actividade profissional na Petrogal, S.A.
Toda esta experiência de Josué Tato, aliado ao seu sonho, permitiu-lhe acompanhar, passo a passo, o desenvolvimento e o engrandecimento da indústria conserveira que muito contribuiu para a expansão deste concelho.
Josué Tato revisitou as 54 Fábricas de Conservas que existiram nesta terra e registou em livro toda a experiência vivida e sonhada, como o próprio diz: “decidi fazer este livro, não escrevê-lo, não inventei nada, tudo existiu. O mérito está nas personalidades, nas firmas, nas empresas e em todos aqueles humildes e honestos que nelas trabalharam”.
Por isso, estas memórias são… Memórias de um povo, de uma época e de um espaço, retratadas na obra “Memórias da Indústria Conserveira de Matosinhos, Leça da Palmeira e Perafita”, desde os finais do século XIX ao inicio do século XXI.
Josué Tato palmilhou desde a sua meninice os lugares mais recônditos das estórias da história da indústria conserveira, cruzando este registo de memória impregnado de emoções comuns de um homem da terra.
Mas, para se entender Matosinhos pelo pretérito é, hoje, também uma via de progresso enquanto contribui para a identificar todos os matosinhenses com um espaço e história comuns, enquanto permite o desenvolvimento cultural nas suas vertentes de pesquisa e difusão, enquanto obriga a despoletar uma sucessão de actividades e mecanismos tantas vezes inactivos ou mesmo inexistentes – quando pretendemos ser, cada vez mais uma autarquia dinâmica.
A apresentação desta publicação nas festas do Concelho reforça este dinamismo da política editorial do município de Matosinhos.