Autarquia cumpriu ontem mais uma tradição com vários anos de lançar publicações sobre figuras, tradições, património ou histórias da cidade no feriado municipal.
É já uma antiga tradição das Festas de Matosinhos, que anualmente se renova, a edição dum livro cuja temática de fundo aborde Matosinhos e os matosinhenses.
Ao longo dos anos, a bibliografia sobre o Concelho e as suas gentes foi sendo enriquecida com as publicações de diferentes títulos, que se tornaram referências para quem quiser debruçar-se e aprofundar os seus conhecimentos sobre a terra de Matosinhos.
Desta vez, o Edifício dos Paços do Concelho acolheu o lançamento da obra “Irene Vilar- Monumentalidade e Intimismo”, da autoria de Bárbara Araújo.
Licenciada em Arte, variante de Património, com especialização em Conservação de Museus e Edifícios Históricos, na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto, Bárbara Araújo fez a Pós-Graduação em Arte Contemporânea – Museologia, Gestão e Conservação e tirou o Mestrado em Arte Contemporânea.
É membro colaborador do CITAR – Centro de Investigação em Ciências e Tecnologias das Artes e trabalha como Técnica Superior na Câmara de Matosinhos, no Departamento de Desenvolvimento Cultural e Económico desde novembro de 2005, onde integra a equipa da Galeria Municipal.
O livro “Irene Vilar - Monumentalidade e Intimismo” resulta de um estudo monográfico sobre a escultora Irene Vilar, vida e obra, abordando a produção artística que ao longo de cinco décadas percorreu os caminhos da escultura, estatuária, do monumento, do baixo-relevo, do objeto, mas também marcou presença na área da medalhística e numismática.
Irene Vilar nasceu em Matosinhos a 11 de dezembro de 1930 e morreu a 12 de maio de 2008, com 77 anos, no Porto, vítima de doença prolongada.
Desde os 19 anos de idade viveu na Foz do Douro, no Porto, onde teve dois ateliês, ambos localizados na Rua do Padre Luís Cabral, nas proximidades da sua casa.
Licenciada em Escultura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde se formou com a classificação de vinte valores com o trabalho "Estátua Jacente", e onde foi uma aluna de mestres reputados como Barata Feyo e Dórdio Gomes, Irene Vilar foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto de Alta Cultura.
Em 1958, estudou em Itália e viajou pela Espanha, França e Suíça.
Estagiou na Escola de Gomes Teixeira e na Escola Secundária de Clara de Resende, no Porto, lecionou as disciplinas de Desenho, Educação Visual e História do Traje. Foi também diretora da antiga Escola Industrial Aurélia de Sousa (hoje Escola Secundária), também no Porto. Depois de um interregno no período pós 25 de abril de 1974, viria a terminar a sua carreira de docente na Escola Secundária Clara de Resende, em 1987. A partir desta data passou a dedicar-se inteiramente à Arte.
Irene Vilar foi autora de uma variada, ampla e riquíssima obra plástica, nas áreas da escultura, da medalhística, da numismática, da ourivesaria e da pintura, mostrada num sem número de exposições (individuais e coletivas) e distinguida com vários prémios. Em 1976, legou, generosamente, parte da sua criação artística à Câmara Municipal de Matosinhos.
Presentes na cerimónia de lançamento do livro sobre Irene Vilar estiveram o Presidente da Câmara, Guilherme Pinto, a Presidente da Assembleia Municipal, Palmira Macedo, o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, e o diretor do CITAR - Centro de Investigação Em Ciência e Tecnologia das Artes - Universidade Católica Portuguesa, Professor Doutor Gonçalo de Vasconcelos e Sousa.
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