Ex-Primeiro-ministro falou das liberdades associadas aos diferentes tipos de viagens.
“O Eng. José Sócrates representa o dirigente em viagem. Enquanto ministro e Primeiro-ministro, o Eng. José Sócrates devolveu a vocação marítima a Portugal. Sempre teve a ambição da viagem, tendo feito ele próprio um novo roteiro de viagem até Paris, onde fez os seus estudos de Filosofia Política até ao livro que escreveu sobre a tortura em democracia”, explicou o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, na apresentação do orador convidado para a sessão de abertura da 8ª edição do LEV- Literatura em Viagem, dia 9 de maio, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Na sua intervenção, o ex-Primeiro-ministro, partindo da frase de Miguel Torga- “A aventura não é chegar, é partir”, afirmou que “o que une a política e a viagem é o sentido da aventura”. “A viagem pressupõe lidar com o desconhecido. Em toda a viagem há uma ambição de liberdade”, disse.
O Eng. José Sócrates abordou "três tipos de viagens e três tipos de liberdades" (a suspensiva, a de rutura e a de renúncia) que as acompanham, admitindo que a libertação que hoje sente "é a de quem teve responsabilidades e agora não tem".
A propósito dos três tipos de liberdade, o Eng. José Sócrates destacou a vida e a obra do poeta francês Arthur Rimbaud: "Se nós queremos saber alguma coisa de viagem podíamos saber tudo com a vida de Rimbaud”.
Presentes na plateia estiveram todos os membros do Executivo, a presidente da Assembleia Municipal, Dr.ª Palmira Macedo, a administradora da Matosinhos Habit, Eng.ª Helena Vaz, os deputados da Assembleia da República Isabel Santos e José Lello, o vereador da Câmara do Porto, Manuel Pizarro, entre muitos outros convidados.
Ao longo do fim-de-semana, pela Biblioteca Municipal Florbela Espanca passarão nomes como José Rentes de Carvalho, Laborinho Lúcio, Mafalda Veiga, Miguel Araújo Jorge, Francisco José Viegas, Pilar del Rio, António Pedro Vasconcelos, Carlos Daniel, Ana Sousa Dias, Luís Miguel Rocha, Rui Lopes Graça e Nuno Camarneiro.
Na edição deste ano, o LEV propõe uma reflexão sobre os novos mundos que a literatura contemporânea abre nesta “era do vazio”.
Os convidados do LEV serão desafiados a propor a sua geografia das ideias, do corpo ou da linguagem, e a desenhar um planisfério imaginário, composto por mapas muito diferentes, que umas vezes se sobrepõem, outras se contradizem.
Jornalistas, músicos, cineastas e escritores farão parte de oito mesas centradas nos mapas do corpo, do quotidiano, da identidade, das ideias, da literatura, da história, da linguagem e da viagem.