Presidente da Câmara marca presença no arranque desta iniciativa inserida numa campanha de promoção do comércio local e da nossa gastronomia
Pelo segundo ano consecutivo, a Junta de Freguesia de Matosinhos e Leça da Palmeira apresenta a campanha “Neste Natal, Compre no Comércio Local… E Saboreie a Nossa Gastronomia!”, com o objetivo de fomentar as compras no comércio tradicional, dinamizar e dar um colorido especial a algumas artérias da Cidade: Rua Brito Capelo (Matosinhos), Avenida Dr. Fernando Aroso, Rua Hinzte Ribeiro e Largo do Castelo (Leça da Palmeira).
Uma das iniciativas inseridas nesta campanha decorreu no passado sábado, dia 5 de dezembro, pelas 17 horas: a inauguração do Presépio Vivo na Fachada da Capela de Santo Amaro, junto ao Mercado de Matosinhos. O Presidente da Câmara, Guilherme Pinto, o Vice-Presidente, Eduardo Pinheiro, o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, e o Presidente da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, Pedro Sousa, marcaram presença neste momento inserido num conjunto de iniciativas a decorrer até 3 de janeiro com o principal objetivo de dinamizar o comércio tradicional e a restauração da cidade Matosinhos-Leça. Destaque ainda para a Chegada do Pai Natal no dia 12 de Dezembro, sábado, às 16H na Aldeia Natal (em Leça da Palmeira) e às 17H na Rua Brito Capelo (Matosinhos).
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Localizada junto ao Mercado de Matosinhos, a Capela de Santo Amaro, que serve de cenário ao presépio vivo, é um notável exemplar da arquitetura religiosa do século XVIII, que foi desmontada aquando da construção dos acessos envolventes ao Porto de leixões e cujos restos estiveram em depósito na Quinta da Conceição. A 13 de Julho de 1884, tinham início as obras de construção do Porto de Leixões. Durante as décadas seguintes, e especialmente entre 1932 e 1953, a edificação desta estrutura portuária, bem assim como todos os arranjos urbanísticos envolventes, acabaram por fazer desaparecer a foz e o estuário do rio Leça e ditar profundas alterações na fisionomia das zonas ribeirinhas de Matosinhos e Leça da Palmeira.
Com a construção das docas de Leixões, que deram lugar ao maior porto artificial do país, desapareceram para sempre quarteirões inteiros, casas, jardins e praças públicas, um antigo mercado, estátuas, capelas, cinco pontes, lavadouros públicos, praias fluviais onde permaneciam dezenas de barcos de pesca tradicional, e muita da memória urbana do que fora Matosinhos desde a Idade Média até ao início do século XX.
Estas transformações na paisagem ribeirinha da povoação foram particularmente evidentes entre 1932 e 1940, na sequência da abertura da doca nº 1 (projeto dos Engenheiros Adolpho Loureiro e Santos Viegas), a que se somaria a edificação do Mercado de Matosinhos entre 1948 e 1953 (projeto de ARS – Arquitectos) e os arranjos de acesso à ponte móvel, aberta ao trânsito em 1959.
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As profundas transformações urbanísticas que ocorreram em Matosinhos na primeira metade do século XX, decorrentes da construção das docas do porto de Leixões, implicaram a demolição, na década de 40, de duas capelas do século XVIII localizadas na área ribeirinha da povoação: a capela de S. Roque e a de Santo Amaro.
A Capela de Santo Amaro localizava-se entre as ruas de Santo Amaro e Cardeal D. Américo, próximo do Largo 13 de Fevereiro, no local onde hoje se situa sensivelmente a estação “Mercado” do metro de superfície.
Monumento barroco, a capela de Santo Amaro estava particularmente relacionada com os mareantes e as gentes do mar que, durante séculos, caracterizaram Matosinhos. É de resto sugestivo o facto do monumento ostentar na sua fachada a representação de uma âncora.
A demolição desta capela motivou a construção de um novo templo de evocação a Santo Amaro, na Avenida Serpa Pinto, popularmente designada por “Igreja dos Pescadores”. Da autoria do Arqtº Bruno Reis, esta nova capela foi inaugurada em 1954.
Quanto às pedras da primitiva construção foram então adquiridas pela Câmara Municipal de Matosinhos, depositadas durante alguns anos no antigo horto municipal, no Largo do Ribeirinho, tendo daí transitado para a Quinta da Conceição onde permaneceram durante largas décadas.
A reconstrução da sua fachada, executada em 2009, obedeceu a um projeto do Arqtº Bernardo Távora.
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