Estudo foi apresentado hoje na Câmara Municipal de Matosinhos
A sala de sessões pública da Câmara Municipal de Matosinhos foi hoje palco da apresentação do estudo “Impacto do Turismo na morfologia urbana dos municípios do Eixo Atlântico”, um estudo sobre os efeitos da economia colaborativa no aumento do número de camas turísticas em Alojamento Local.
Na iniciativa marcaram presença o Vice-Presidente da Câmara de Matosinhos, Fernando Rocha, responsável pelos pelouros do Desenvolvimento Económico e Turismo, o Secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoán Mao, e Carmen Pardo, uma das autoras do relatório e especialista em turismo.
“Turismo sim, mas não qualquer tipo de turismo” foi assim que Xoán Mao abriu a sessão de apresentação deste estudo de impacto turístico levado a cabo pelo Eixo Atlântico, um documento que analisa o turismo nas várias cidades-membro do Eixo Atlântico.
O Secretário-geral do Eixo Atlântico realçou a importância do turismo de qualidade no favorecimento do desenvolvimento das cidades e foi até mais longe ao afirmar que o turismo massivo pode até ser um “cancro” para as cidades na medida em que contribui para a desertificação dos centros urbanos, expulsa os moradores e o comércio tradicional dos centros urbanos e contribui para que os centros históricos se transformem em verdadeiros parques temáticos. “Queremos um turismo de qualidade e de excelência que não altere a vida da cidade nem a morfologia da cidade”, rematou.
Seguiu-se, então, a intervenção de Carmen Pardo, uma das 4 pessoas responsáveis pelo estudo composto por uma equipa de portugueses e espanhóis não só do setor turístico, mas também do setor urbano (área da arquitetura).
A especialista em turismo começou por dizer que este documento não pretende ser uma crítica, mas sim um documento de reflexão, com vista à mitigação e prevenção dos fenómenos negativos decorrentes do acréscimo de turismo a que se tem vindo a assistir em várias regiões do Eixo Atlântico.
O estudo é uma fotografia do que está a acontecer ao turismo dos vários membros desta entidade peninsular e aponta medidas preventivas e corretivas com o objetivo de alcançarmos o tão desejado turismo sustentável.
Carmen Pardo apresentou alguns números relativos ao turismo Português, nomeadamente no que respeita ao alojamento local, sendo possível concluir que houve um aumento de 16,5% deste tipo de alojamento ao nível nacional, e um acréscimo de 23,5% quando falamos do norte de Portugal.
O documento deve, assim, ser usado numa perspetiva preventiva e de planeamento de medidas como forma de evitar problemas mais graves para as cidades. As cidades devem, por isso, investir em instrumentos de planeamento e no desenvolvimento de políticas integradas de habitação e turismo.
Por fim, no encerramento da sessão, o Vice-Presidente da Câmara salientou que “este estudo tem a virtude de ser uma antecipação de futuros problemas, permitindo-nos ainda aprender com os erros que outros já cometeram. Por mais que o impacto económico do turismo seja grande e vantajoso, não queremos que a cidade deixe de ser confortável para os seus habitantes. Na verdade, foram estes que lhe deram vida” concluiu Fernando Rocha.
Recorde-se que o estudo incide em como enfrentar o impacto do turismo na morfologia urbana das cidades do Eixo Atlântico, entidade que agrupa os 34 principais municípios do Norte de Portugal e da Galiza.
O estudo trata de como o progresso socioeconómico deve ser abordado a partir de uma perspetiva dinâmica e responsável com o meio, com a qualidade de vida dos residentes e com o património. Aplicado ao turismo, a aposta deve ser num modelo de turismo responsável e sustentável, estimulando o convívio saudável entre residentes e visitantes.
O documento também analisa até onde pode chegar o crescimento turístico, o global, o macro mas, especialmente, o micro de cada território.
O relatório analisa ainda como a exploração turística do património não está necessariamente em oposição da conservação do mesmo. O facto de atribuir utilidade turística a um recurso patrimonial, gastronómico, natural, entre outros, contribui para a sua preservação, contaminação acústica, ambiental, pressão, etc., e como a pressão turística em algumas grandes cidades da Península Ibérica é já uma realidade que, no caso dos municípios do Eixo Atlântico, afeta, especialmente, os centros históricos/baixas do Porto e Santiago de Compostela, por esta ordem.
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