Falecido em Setembro de 2014, o arquiteto João Álvaro Rocha foi ontem homenageado pela Casa da Arquitectura, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
João Álvaro Rocha nasceu em Viana do Castelo, Portugal, a 10 de Janeiro de 1959. Entre 1977 e 1982 frequentou o Curso de Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), tendo realizado a prova final para obtenção da licenciatura em 1986. Iniciou a sua atividade profissional em 1982.
Desenvolveu uma intensa atividade docente, iniciada em 1988/89, no Curso de Arquitectura da ESBAP, antecessora da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP). De 1990 até 2001 foi professor na FAUP, tendo ainda lecionado em diversas outras instituições como a Escola Superior de Arquitectura da Universidade Internacional da Catalunha – Barcelona, Escola Técnica Superior de Arquitectura da Universidade de Navarra – Pamplona, Departamento de Arquitectura da Universidade de Cornell – Nova York ou a Università degli Studi di Cagliari (Itália).
Como arquiteto, desenvolveu grande parte do seu trabalho na Área Metropolitana do Porto, foi autor de oito estações do Metro do Porto, todas na Maia, sendo três (Crestins, Pedras Rubras e Lidador) localizadas ao longo da linha B e cinco da linha C (Parque Maia, Zona Industrial, Mandim, Castelo da Maia e ISMAI). Ao longo da sua carreira, foi distinguido com inúmeros prémios, entre os quais o Prémio de Arquitectura Vale da Gândara, promovido pela Ordem dos Arquitectos, pelo projeto de habitação social em Matosinhos, mais concretamente do Bairro da Seara.
Presentes na cerimónia “João Álvaro Rocha: Ideia, Mão e Construção” estiveram o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, o Vice-presidente da Autarquia, Eduardo Pinheiro, o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, a Vereadora do Urbanismo, Joana Felício, o diretor da Faculdade de Arquitectura do Porto, Carlos Guimarães, Alexandre Alves Costa, presidente da Assembleia Geral da Ordem dos Arquitetos, o diretor executivo da Casa da Arquitectura, Nuno Sampaio, o diretor da Fundação Marques da Silva, entre muitos outros convidados.
Ao longo da cerimónia foi recordado “o rigor e o detalhe no domínio da construção”, a “ a coerência” e “a tenacidade”.
Uma conversa informal conduzida por Nuno Sampaio em torno do arquiteto homenageado juntou Eduardo Souto de Moura e Renato Cunha Pinto (cliente de João Álvaro Rocha).
De seguida, o arquiteto Manuel Graça Dias abordou a importância do projeto do Bairro da Quinta da Seara (1995-2003), “um projeto de experimentação”, marcante no percurso profissional de João Álvaro Rocha.
A família de João Álvaro Rocha doou à Casa da Arquitectura o espólio do projeto do Bairro da Quinta da Seara, bem como a obra “Ideia e Mão”, cuja serigrafia foi também apresentada durante a cerimónia.
A entrega do projeto do Bairro da Quinta da Seara constitui um importante contributo para o acervo próprio da Casa da Arquitectura, onde se pretende que estejam representados, valorizados e tratados alguns dos mais representativos projetos da arquitetura portuguesa.
