Presidente da Câmara anuncia intenção de atribuir ao ex-presidente da Assembleia Municipal a Medalha de Mérito Dourada do Município
O Salão Nobre dos Paços do Concelho foi pequeno para as centenas de pessoas que quiseram marcar presença na cerimónia de homenagem a Guilherme Vilaverde.
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Nasceu a 20 de dezembro de 1951 na Freguesia e Concelho de Vila Verde, Braga, embora se tenha mudado com a sua família, em 1959, para a Senhora da Hora, Matosinhos, onde continua a residir.
Guilherme Vilaverde frequentou o ensino em Matosinhos e, em, 1971 entrou no ISCAP, para o curso de Contabilidade e Administração.
O seu percurso é caracterizado desde muito novo pelo envolvimento em diversas atividades. Destaca-se o seu trabalho na EFANOR, com apenas 14 anos, bem como a sua participação em clubes desportivos ligados ao ciclismo e ao andebol, com 16 e 17 anos.
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Em 1972, combateu na guerra da independência de Angola. Gravemente ferido em combate, regressa a Portugal. Retoma, no final de 1973, a vida profissional e académica. Em 1974, com a Revolução dos Cravos, iniciou um percurso de intervenção associativa, social, sindical e política. Participou na Comissão de Trabalhadores e Sindical da EFANOR e aderiu ao Partido Socialista, sendo um dos membros fundadores das Secções de residência de Matosinhos e Senhora da Hora e de várias seções profissionais.
Guilherme Vilaverde, melhor do que ninguém, soube interpretar, aliar e complementar as vertentes cooperativa, social e política.
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Na política, destaca-se a eleição, em 1982, e reeleição, em 1985, para vereador da Câmara Municipal de Matosinhos, sempre com pastas ligadas ao Setor Cooperativo e de Habitação Social. Foi reeleito vereador em 1989, aliando o cargo de vice-presidente, a tempo inteiro, mantendo os pelouros do Setor Cooperativo, Habitação Social e acrescentando os da Gestão Urbanística e Obras Particulares, Obras Municipais e Habitação e Fiscalização Municipal. Cumpre o mandato até ao fim, em 1993, quando decide abandonar o executivo camarário. É eleito deputado à Assembleia Municipal de Matosinhos, cargo para que volta a ser consecutivamente reeleito em 1997, 2001, 2005 e, finalmente, em 2009, então com o cargo de Presidente, o qual já ocupava desde 2007 por substituição do anterior titular e que cessou por vontade própria no final do mandato, em 2013.
No movimento cooperativo, em 1975, participa na fundação da Cooperativa de Habitação As Sete Bicas e, em 1980, torna-se Presidente da Direção, lugar que mantém até aos dias de hoje. Foi responsável pelo início da constituição, desde 1979, de várias Uniões de Cooperativas, CHESNORTE, CIDADE COOPERATIVA DA PRELADA, UCHA, entre outras. Ainda em 1979 participa na constituição da FENACHE – Federação Nacional das Cooperativas de Habitação Económica, sendo eleito Diretor Nacional em 1984 e Presidente da Direção em 1991, cargo que continua a desempenhar.
Dinamiza fortemente o papel institucional da FENACHE com a celebração de dezenas de Protocolos de Cooperação com Municípios de todo o País, funda a revista informativa da Federação Habitar Hoje, cria a Carta da Qualidade Cooperativa e cria o Departamento Jovem da FENACHE, sendo estes alguns dos principais exemplos do papel da FENACHE no desenvolvimento do setor, de cuja ação nacional resultou o trabalho de promoção e gestão de mais de 180.000 habitações de custos controlados e diversificados equipamentos sociais de apoio às comunidades.
É em representação da FENACHE que, em 1985, integra a CONFECOOP – Confederação Cooperativa Portuguesa cuja presidência assume entre 2002 e 2006, o que o leva a ter assento no CES – Conselho Económico e Social.
Em 2001 passa a integrar o Conselho Consultivo do INH (hoje IHRU) e é Membro do Júri Nacional do PRÉMIO INH em todas as edições anuais entre 1992 e 2000;
Paralelamente, fomenta e dinamiza a intercooperação internacional de onde se destaca a cooperação com Angola e Cabo Verde. Em 2000 participou no grande evento mundial no Brasil- Rio Cooperativo 2000.
No âmbito social, Guilherme Vilaverde funda, em 1982, o CIVAS – Centro de Infância, Velhice e Ação Social da Senhora da Hora, a cuja Direção preside desde o primeiro momento. É aqui que ele cumpre, com extraordinário sucesso e exemplo de interesse pela comunidade, a sua vocação social na promoção e gestão de creches, amas domiciliárias, jardins-de-infância, centro de convívio, de dia, de apoio domiciliário e estrutura residencial de apoio a idosos, estruturas e respostas sociais que desde há mais de 30 anos beneficiam da sua especial atenção.
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Abel Ribeiro, porta-voz da Comissão Organizadora, representou um conjunto de prestigiadas instituições, entre as quais a Câmara Municipal de Matosinhos, que se uniram para realizar esta homenagem.
Além do Presidente da Câmara Municipal, Guilherme Pinto, e do Vice-Presidente, Eduardo Pinheiro, marcaram presença na cerimónia de homenagem os vereadores António Correia Pinto, Joana Felício, Lurdes Queirós, Ernesto Páscoa, Alfredo Barros, António Parada, a deputada da Assembleia da República, Luísa Salgueiro, os quatro presidentes das Uniões de Freguesia, Pedro Sousa, Rodolfo Mesquita, Pedro Gonçalves e António Mendes, o Padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
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As intervenções para falar um pouco sobre a vida e obra do homenageado estiveram a cargo de Abel Ribeiro, da Comissão organizadora; António Novais, Vice-presidente da Direção da Cooperativa As Sete Bicas; Leonel Oliveira, Presidente do Conselho Fiscal do CIVAS – Centro de Infância, Velhice e Ação Social; Orlando Vargas, Vice-presidente da Fenache, Federação Nacional das Cooperativas de Habitação Económica; Jerónimo Sousa, Presidente do Conselho de Administração do CRPG, Centro de Reabilitação Profissional de Gaia; e Batista Coelho, presidente do Grupo HABITAR.
Foi entre família e amigos que Guilherme Vilaverde agradeceu a homenagem de que foi alvo, avisando, contudo, que “ainda não vai calçar as pantufas e que tem muitos projetos e ideias pelas frente”.![]()
O Presidente da Câmara, Guilherme Pinto, recordou o percurso do homenageado na Autarquia de Matosinhos e salientou que ele mudou o território do concelho e fê-lo “fazendo com engajamento, ou seja, fazendo questão de meter as mãos na massa”.
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Tendo em conta o percurso profissional altamente prestigiante que tem vindo a desenvolver ao longo dos anos, pelo seu trabalho no cooperativismo e pela sua indelével relação com Matosinhos , Guilherme Pinto manifestou ainda a intenção de propor ao Executivo Municipal a atribuição da Medalha de Mérito Dourada e o Título de Cidadão Honorário a Guilherme Vilaverde, já na Sessão Solene comemorativa do 42º aniversário da Revolução do 25 de Abril.
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