Assembleia Municipal assinalou a vida e obra do autarca com voto de pesar, minuto de silêncio, um filme, muitos aplausos e emoção
A sessão extraordinária da Assembleia Municipal que se realizou ontem, dia 30 de janeiro, pelas 21 horas foi diferente e teve mais público do que habitual. Guilherme Pinto foi recordado e aplaudido de pé durante largos minutos, após a leitura do Voto de pesar apresentado pela Presidente da Assembleia Municipal, Palmira Macedo, e do minuto de silêncio em homenagem ao autarca que deixou uma marca indelével e única no concelho de Matosinhos e em todas as instituições por onde passou.
Foi apresentado um filme com música do Quarteto de Cordas de Matosinhos, que Guilherme Pinto tanto gostava e acarinhava, e com imagens emblemáticas do homem que espalhava sorrisos e queria ver toda a gente feliz. Um excerto do seu discurso nas comemorações dos seis anos de mandato completou com chave de ouro os cerca de três minutos de homenagem em formato vídeo.
A família de Guilherme Pinto fez questão de marcar presença neste momento tão emotivo para a Assembleia Municipal que se juntou em uníssono nesta homenagem. Para além dos vereadores, deputados municipais, presidentes de uniões de freguesia, foram muitos os nomes que fizeram questão de marcar presença ontem nos Paços do Concelho: o ex-presidente da Assembleia Municipal, Guilherme Vilaverde, a deputada da Assembleia da República, Luísa Salgueiro, as Administradoras da Matosinhos Habit e Matosinhos Sport, Olga Maia e Helena Vaz, funcionários da Câmara Municipal de Matosinhos e munícipes do concelho que fizeram questão de se associar a esta sessão.
O voto de pesar a Guilherme Pinto foi votado por unanimidade.
VOTO DE PESAR
Guilherme Pinto costumava resumir a sua estratégia para Matosinhos à equação M2C, “Mar, Movimento e Cultura”. Mais do que uma estratégia, o seu “Mar, Movimento e Cultura” foi uma visão para o futuro de Matosinhos, a qual, não desprezando a tradição e os costumes mais arreigados do concelho, se libertasse do constrangimento dos preconceitos e dos estigmas, assumindo a nível nacional e internacional um papel à altura da “cidade fantástica” que via em Matosinhos – a cidade de Siza Vieira e de Passos Manuel, do Senhor de Matosinhos, do Porto de Leixões, da lenda de Cayo Carpo, do Design e do Quarteto de Cordas de Matosinhos, da orquestra de jazz que espanta alguns dos melhores músicos do mundo e do mosteiro onde o rei D. Fernando veio para se casar.
Guilherme Pinto, falecido a 8 de janeiro, aos 57 anos, ficará, por isso, na memória e na história de Matosinhos, a terra onde nasceu e da qual foi capaz de ser um presidente de câmara inovador e capaz de modernizar o concelho a que se dedicou até ao último dia de vida. Guilherme Pinto e o seu modo muito especial de ser e de fazer conquistaram, por isso, um imenso capital de admiração, simpatia e respeito entre os seus pares, a população e a classe política nacional, conforme ficou amplamente demonstrado na impressionante homenagem pública de que foi objeto no dia do seu funeral.
Matosinhense e filho de comerciantes do nosso mercado municipal, Guilherme Pinto foi um dos melhores estudantes de Direito da sua geração em Coimbra, um tribuno brilhante da Assembleia da República e, acima de tudo, um dos mais notáveis autarcas portugueses, responsável por um legado de modernidade, inovação e criatividade que contribuíram para o reforço do Poder Local Democrático em Portugal. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi professor do ensino secundário e advogado.
Em Matosinhos começou por ser deputado municipal, entrando para a vereação da câmara em 1989. Em 2005, assumiu a presidência da autarquia e faleceu poucos dias depois de ter anunciado a renúncia ao cargo por motivos de saúde.
Para além das funções exercidas na Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto desempenhou ainda cargos de grande relevo nacional e internacional, entre os quais a presidência da Casa da Arquitectura-Centro Português de Arquitectura, a presidência do Fórum Europeu para a Segurança Urbana (EFUS) e a presidência do Conselho de Administração da Rede Europeia das Cidades e Escolas de Segunda Oportunidade. Era ainda membro do Comité de Monitorização e relator principal do Conselho da Europa, onde representava a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Membro do Conselho Político do Programa Europeu para a Sustentabilidade das Cidades e Regiões, antigo voleibolista do Leixões Sport Club e ex-presidente da Sociedade Anónima Desportiva clube, vice-presidente do núcleo de Matosinhos da Cruz Vermelha, diretor de campanha em Matosinhos da candidatura do Dr. Jorge Sampaio à Presidência da República, vice-presidente da Junta Metropolitana do Porto e cofundador da Fundação da Juventude e da Casa da Música, Guilherme Pinto desempenhou inúmeros cargos também no Partido Socialista, ao qual quis regressar formalmente nos seus últimos dias de vida.
Pelo exemplo de dedicação à vida pública e ao concelho, pela notável obra que deixa na cidade, pelo dinamismo, inovação e criatividade que foi capaz de imprimir à gestão autárquica e pelo seu contributo decisivo para a afirmação nacional e internacional da cidade de Matosinhos, mas também pela combatividade, pelo otimismo contagiante e pelo elevado sentido cívico pelo qual sempre pautou a sua atuação política, a Assembleia Municipal de Matosinhos inclina-se respeitosamente perante a memória de Guilherme Pinto e, em sinal de pesar, guardará um minuto de silêncio em sua homenagem.
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