Assinalando o 120º ano do nascimento de Fernando Pessoa, a Câmara Municipal preparou uma homenagem ao poeta da “Mensagem”, com dois espectáculos de poesia, que se realizaram na Biblioteca Municipal Florbela Espanca e no Cine-Teatro Constantino Nery.
Assinalando o 120º ano do nascimento de Fernando Pessoa, a Câmara Municipal preparou uma homenagem ao poeta da “Mensagem”, com dois espectáculos de poesia, que se realizaram na Biblioteca Municipal Florbela Espanca e no Cine-Teatro Constantino Nery.
Assim, no dia 29 de Novembro, pelas 17h, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, Nuno Miguel Henriques, do Museu da Poesia, apresentou «A Minha Pátria é a Língua Portuguesa», um espectáculo que reúne alguns dos textos mais emblemáticos do poeta português, em cruzamento com os seus heterónimos Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Bernardo Soares. Baseia-se, essencialmente, numa abordagem dinâmica e interactiva da poesia portuguesa, com uma estética acessível a qualquer género de público. Entre a informalidade e o contacto directo com o público, criam-se momentos únicos nestas viagens com Pessoa.
A sessão teve início com Nuno Miguel Henriques fazendo uma verdadeira trajectória poética, introduzindo-se notas biográficas, recitando-se e conversando sobre Fernando Pessoa e os seus heterónimos, além de diversas referências histórias e culturais. Com arte de dizer, engenho e entrega, numa interpretação singular de Nuno Miguel Henriques, «A Minha Pátria é a Língua Portuguesa», cumpre a máxima de Octávio Paz "a melhor maneira de compreender um poema, é ouvi-lo".
No dia seguinte, 30 de Novembro, pelas 21h30, no Cine-Teatro Constantino Nery, a “Infinita Viagem”, encerrou a homenagem a Fernando Pessoa e ao 120º aniversário do seu nascimento.
Com concepção e encenação de Helena Caldeira, Mariana Reis e Rita Reis fizeram uma «Infinita Viagem», que mais não é do que um exercício sobre o poeta dramático que apenas “fingiu”. A sua ARCA é o ponto de partida.
Neste espectáculo, os “actores” reflectem sobre questões inerentes à própria condição humana – pensar, sentir, fingir, infância, morte, amor – situações vivenciais que tanto se contradizem, como se completam. De entre todos os “actores” salienta-se Álvaro de Campos, irmão de Pessoa no cepticismo, na dor de pensar e nas saudades da infância – mas também o Campos esfuziante e torrencial das Odes futuristas e da vertigem das sensações.
Da Autopsicografia às Odes Triunfal e Marítima, procurou-se esboçar uma viagem que percorresse alguns dos muitos caminhos que tornaram Pessoa e suas “máscaras” toda uma literatura em encenação dramática.