“Bem-vindo sejas, Carlos” foi o mote para a homenagem levada a cabo pelo Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, e pelo Vereador da Cultura, Fernando Rocha na presença de centenas de pessoas.
A noite de sábado, nesta sétima edição do LEV, foi de homenagem a Carlos Tê, o homem por trás de muitas das letras de Rui Veloso. O mote foi dado pela canção «Bem vinda sejas Maria» e esta homenagem construiu-se como uma visita à vida e obra do poeta e letrista através de uma entrevista pontuada por momentos de música e intervenções de convidados que se cruzaram com Carlos Tê ao longo da sua carreira musical.
Foi para provar que não era possível cantar em português que escreveu um dos êxitos mais conhecidos da música nacional: o “Chico Fininho”.
“Aquilo começou por ser uma brincadeira. O Chico Fininho foi uma canção que eu tinha desde 1976, ‘77, e era uma canção que tocava assim numas festas de anos. ‘Toca aí aquela do gajo da cantadeira’. Eu tocava essa canção como uma espécie de amostra de como o português pode soar mal, ou seja, era a minha tese de como era impossível cantar em português, e aquilo funcionou ao contrário”, contou Carlos Tê.
Na homenagem, por onde passaram alguns cúmplices do trabalho de Carlos Tê, o letrista explicou estas e outras histórias por trás das suas “esculturas musicais”: “O processo de escrever canções obedece sempre à mesma dinâmica: ou seja, tem que se ter uma ideia e depois procurar adequá-la e trabalhar até a coisa atingir uma pequena peça, uma pequena escultura de madeira, sei lá”.
O Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, e o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, encabeçaram esta homenagem que o município de Matosinhos fez a um dos maiores letristas portugueses, partilhando com as centenas de pessoas presentes esta viagem pela vida e obra de Carlos Tê.
Carlos tê escreveu muitas letras para Rui Veloso, como as dos álbuns 'Auto da Pimenta', resultado de uma encomenda de Vasco Graça Moura e Mega Ferreira para fazer uma canção sobre os Descobrimentos, e 'Mingos e os Samurais', que conta que imaginou "como se fosse um filme que gostaria de ter feito na altura, como 'Peggy Sue Casou-se' ou 'O Caçador'".
"As histórias da gente comum, dependendo da forma como a gente as conta, podem tornar-se universais - foi o que aprendi", disse Carlos Tê nesta noite de emoções para si e para os amigos que fizeram questão de marcar presença. Rui Vilhena encerrou a homenagem interpretando 'Porto Sentido' e a plateia cantou em coro e aplaudiu de pé.