
A celebração do centenário da morte de Rocha Peixoto decorreu no passado sábado, dia 9 de Maio, e incluiu o descerramento de placa comemorativa no local da sua residência.
A Câmara Municipal de Matosinhos aliou-se às comemorações do 1º centenário da morte de Rocha Peixoto (1866-1909). A iniciativa incluiu o descerramento da placa comemorativa na casa onde viveu – Rua Cartelas Vieira (centro histórico de Matosinhos), bem como uma visita guiada ao Museu da Santa Casa da Misericórdia de Matosinhos, encerrando com o Colóquio “Rocha Peixoto no centenário da sua morte”.
A homenagem contou com a presença de Fernando Rocha, Vereador da Cultura da autarquia e de alguns familiares de Rocha Peixoto.
Arqueólogo, etnólogo e naturalista, investigador e divulgador da cultura e da identidade portuguesa, passaram já 100 anos desde a morte de Rocha Peixoto, figura ímpar da geração da revista “Portugália”, pioneira da investigação e análise científica, com estudos relevantes nas áreas de arqueologia, etnografia, antropologia e museologia.
António Augusto da Rocha Peixoto nasceu a 18 de Maio de 1868, na Póvoa de Varzim, e formou-se na antiga Academia Politécnica do Porto. No início da sua carreira começou por se interessar pelas ciências naturais, mas rapidamente incluiu nos seus temas predilectos os assuntos que diziam respeito à etnografia.
Foi considerado um dos mais brilhantes etnógrafos portugueses vindo do século XIX. Amava os temas relacionados com a cultura material e a organização comunitária das populações. Cientista invulgar, detentor de um método científico que fez escola e que esteve na origem de um género de investigações, Rocha Peixoto foi uma figura incontornável da Etnografia em Portugal.
Para além da Etnografia, possuía ainda um profundo conhecimento de História de Arte e de Arqueologia, tendo escrito diversos artigos sobre estes assuntos. Faleceu prematuramente, no auge da sua carreira, com apenas 42 anos (02/05/1909, Porto).
Ao longo da vida ocupou diversos cargos de relevo. Foi naturalista-adjunto do Gabinete de Mineralogia, Geologia e Paleontologia da Academia Politécnica do Porto e director da Biblioteca Pública e do Museu Municipal do Porto. Foi ainda um dos fundadores e um dos principais dinamizadores da Revista de Ciências Naturais e da revista Portugália. Deixou-nos uma obra vastíssima com mais de 200 artigos, ensaios, monografias, etc.
Alguns trabalhos publicados de Rocha Peixoto:
1892 - "A Tatuagem em Portugal" in Revista de Ciências Naturais e Sociais
1898 - "Etnografia Portuguesa. Habitação. Os palheiros do Litoral" in Revista Portugália
1900 - "Etnografia Portuguesa. Indústrias Populares. As Olarias do Prado" in Revista Portugália
1901 - "Uma Iconografia popular em Azulejos" in Revista Portugália
1908 - "Etnografia Portuguesa. As Filigranas" in Revista Portugália

