Álvaro Siza Vieira e Manuel Dias da Fonseca receberam das mãos do Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, a Medalha de Ouro da Cidade e o Título de Cidadão Honorário.
A tarde de sábado, dia 26 de Maio, foi de emoção no Salão Nobre da Câmara Municipal. Muitos sorrisos, algumas lágrimas contidas, outras mais ou menos assumidas. Vozes embargadas. Álvaro Siza Vieira e Manuel Dias da Fonseca receberam das mãos do Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, a Medalha de Ouro da Cidade e o Título de Cidadão Honorário, perante uma plateia que, em uníssono, aplaudiu os dois homenageados, dois grandes matosinhenses que têm engrandecido o nome de Matosinhos aqui e além fronteiras.
José Saramago não se conteve nas palavras. Calmo, sereno, mais uma vez, - como o próprio, assumiu – teve a honra de falar sobre um dos seus maiores amigos: Álvaro Siza Vieira. Falou de arte, de outros artistas, de genialidade, de criatividade. Sempre com um fio condutor: a obra, o perfil, a maneira de ser e de estar de um “arquitecto do mundo” que nasceu e cresceu em Matosinhos.
Foi um discurso simples, despretencioso e muito cativador, aquele que o Nobel da Literatura dedicou a Siza Vieira. A plateia ouviu-o fascinada e o arquitecto homenageado agradeceu do fundo do coração tão honrosa presença.
Disse Siza Vieira que não tinha preparado qualquer discurso. Um “muito obrigado”, talvez. Contudo, foi um pouco mais além. Falou e falou bem, agradecendo ao Nobel da Literatura pelas palavras de amizade que lhe dirigiu e à Câmara Municipal por tão bonita homenagem.
Numa tarde tão agradável, o pianista António Rosado, a quem coube fazer o elogio de Manuel Dias da Fonseca, falou de um herói anónimo que contraria o cinzentismo do País, um pedagogo e um melómano que desbravou caminhos e criou hábitos no universo cultural matosinhense. E das palavras, António Rosado passou para o piano, enchendo o Salão Nobre com os maravilhosos acordes dos cinco prelúdios de Bizet.
As palavras que Manuel Dias da Fonseca preparou, em tom de agradecimento, por esta homenagem, foram uma espécie de passaporte para uma viagem pela memória colectiva desta terra de horizonte e mar. Uma sensibilidade bucólica, a honestidade nas palavras e a singeleza das histórias de cada uma das personagens relembradas encantaram as centenas de pessoas presentes no Salão Nobre.
O Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, terminou a cerimónia com um discurso muito sentido. “Pela vibração e energia que senti nesta sala, orgulho-me de ter tido a capacidade de perceber a vossa vontade”, disse com emoção.
