Dia 17 de março pelas 21h30 na Igreja de Matosinhos
Reza a lenda que o compositor Joseph Haydn (1732-1809) mantinha o hábito diário de se ajoelhar para rezar e pedir força para o seu trabalho. Sendo verdade, terá sido também este o método que utilizou durante a criação de “As Sete Últimas Palavras da Cruz”, a peça que o Quarteto de Cordas de Matosinhos interpretará no dia 17 de março, pelas 21h30, na Igreja de Matosinhos – junto da imagem de Cristo cuja autoria outra lenda atribui a Nicodemos, o fariseu que retirou Jesus da cruz.
Composta originalmente em 1786, numa versão para orquestra, “As Sete Últimas Palavras da Cruz” só vieram a conhecer a sua versão para quarteto de cordas em 1787 (posteriormente foi ainda composta uma versão coral). O Quarteto de Cordas Op.51 é considerado uma das mais notáveis e espirituais criações de Haydn, que é também apontado como o pai das formações clássicas em quarteto.
O concerto de 17 de março integra, recorde-se, o programa Música em Matosinhos e a digressão que o Quarteto de Cordas de Matosinhos está a efetuar pelas igrejas paroquiais do concelho, no âmbito da Capital da Cultura do Eixo Atlântico 2016. Presença regular na programação das principais salas de espetáculos de Portugal e da Europa, a formação composta por Vítor Vieira, Juan Maggiorani, Jorge Alves e Marco Pereira atuará, a 16 de abril, na igreja paroquial de Lavra, próximo templo a acolher esta ação de democratização da música erudita.
A atuação do quarteto em espaços sagrados que são também importantes centros da vida cívica de cada uma das freguesias do concelho dá sequência ao trabalho de proximidade que o agrupamento vem realizando ao longo dos anos junto da população, bem como à aposta da Câmara Municipal de Matosinhos na formação e criação de públicos. Criado pela autarquia em 2007, o quarteto é atualmente considerado uma das melhores formações nacionais de música erudita, tendo conquistado em 2014 o Prémio Rising Stars da Organização Europeia de Salas de Concertos.