Autarca defende a participação ativa dos cidadãos e um contrato social de confiança.
“Alguém que se afirma como político já começa a ser uma raridade. O Guilherme Pinto é um político frontal”, referiu o Prof. Olímpio Castilho, presidente do ISCAP- Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, que apresentou “Sou político” escrito pelo Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos.
Com prefácio do ex-primeiro-ministro José Sócrates, o livro, editado pela “Edium Editores”, resulta da conferência “Mobilizar os cidadãos”, proferida a 18 de Outubro de 2011, pelo Dr. Guilherme Pinto, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
“Os políticos esquecem-se dos cidadãos. Às vezes esquecem-se que os cidadãos raciocinam. Hoje em dia, com as redes sociais, é muito mais fácil um político ser confrontado com a sua própria contradição. Os tempos são outros. As pessoas estão mais atentas, são mais exigentes. Um político que não pensa nisto está condenado ao insucesso”, considerou o Prof. Olímpio Castilho, no lançamento da obra, dia 24 de Outubro, no auditório do ISCAP.
Perante os dois maiores problemas que o país enfrenta atualmente- a falta de liquidez e o desemprego- o Dr. Guilherme Pinto defende a participação ativa dos cidadãos e um contrato social de confiança. A escolha aleatória de cidadãos para integrar um Conselho Consultivo para a resolução dos problemas de todos é uma das propostas do autarca no livro “Sou político”. “Este é um livro de paixão. É um grito de revolta, de inconformismo. O meu maior desgosto é não conseguir mobilizar os cidadãos”, disse, lamentando o atual “clima de desconfiança”, a “greve de zelo” e o “derrotismo” que se vive.
No prefácio que assina, José Sócrates afirma que “a liderança política sempre se impôs através de uma visão mobilizadora, não através da resignação”. “ O dever do político é dizer o que se pode e deve fazer, não é explicar porque é que não se deve fazer nada. A retórica da futilidade convida a inação, a descrença, a expiação. A ação política esclarecida, principalmente nos momentos difíceis, exige confiança, decisão, vontade”, acrescenta. Já para o Dr. Guilherme Pinto, “José Sócrates foi a última pessoa que em Portugal teve a coragem de sonhar”.
“Os cidadãos não podem estar à espera que o Estado faça tudo. Temos que tornar esta atividade atrativa. Acredito na capacidade dos portugueses. Somos o povo mais curioso e mais criativo da História”, concluiu o Presidente da Câmara de Matosinhos.