Obras vicentinas e teatro clássico japonês no mesmo palco sob a encenação de Fernanda Lapa.
Depois de Évora, onde esteve em cena na Sala Preta dos Leões, o espectáculo “Gil Nô” subiu ontem, dia 28 de Julho, ao palco do Cine-teatro Constantino Nery, em Matosinhos.
Com encenação de Fernanda Lapa, a peça resulta de um protocolo de cooperação entre a Universidade de Évora (Departamento de Artes Cénicas) e a Escola de Mulheres-Oficina de Teatro.
“Gil Nô” cruza, no palco, o teatro de Gil Vicente e o teatro clássico japonês, interpretado por actores, músicos e bailarinos. Os textos reúnem excertos de várias obras vicentinas - Auto da Mofina Mendes, Auto Pastoril Português, Exortação da Guerra, Auto da Sibila Cassandra e Auto da Lusitânia – excertos da autoria de Baltazar Dias- “Malícia das Mulheres”- e excertos do Teatro Nô- “Sesshôseki” e “A pedra que Mata”. Figuras religiosas, reais e lendárias, retratadas por Gil Vicente, cruzam-se com os deuses e demónios do teatro japonês, escondidos por detrás das máscaras coloridas de guerreiros, padres e mulheres. A sua identidade acaba revelada na peça.
No tempo de Gil Vicente, o teatro português era levado pelos Jesuítas até às comunidades cristãs do Japão, onde se terão fundido técnicas e estéticas teatrais tão aparentemente opostas, mas que, séculos depois, se encontram no mesmo palco.
A interpretação está a cargo de alunos do 2ºano de Licenciatura em Teatro do Departamento de Artes Cénicas da Universidade de Évora: Débora Santos, Vera Barroqueiro, Diogo Duro, Sofia Pereira, Paulo Pimenta, Ana Margarida Diniz, Sofia Ramos, João Paulo Alves, Soraia Lopes, Mafalda Marafusta e Vanda Rodrigues.
A peça “Gil Nô” pode ser vista ainda esta noite, a partir das 21h30, no Cine-teatro Constantino Nery. O preço dos bilhetes é € 7,50. Segue depois para Lisboa, onde estará em cena no Espaço Escola de Mulheres, no Clube Estefânia, nos dias 5,6 e 7 de Agosto.