29.02.12
Produção do Cine-teatro Constantino Nery “Chavela”, com estreia agendada para 1 de março, acessível a todos os cidadãos.
É num cemitério que um romancista procura a inspiração para escrever sobre as memórias de Chavela Vargas, espelhada na personagem Pilar, uma empregada de taberna. Memórias da infância passada na Costa Rica, da criança que depressa cresceu, que aprendeu a empunhar uma pistola, a beber tequilha e a apanhar cinco mil laranjas por dia. Um passado que aos 14 anos deixou para trás. Foi no México que Chavela Vargas viu o seu talento reconhecido, partilhando com o mundo a sua voz e a sua forma peculiar de cantar. Chavela chora a cantar, porque a vida e a música são, afinal, alegria e tristeza. Foi amiga de Frida Khalo e de Federico García Lorca, lutou contra o preconceito e ganhou fama de “bêbeda, pistoleira e lésbica”. Na década de 90, Chavela Vargas foi resgatada do esquecimento pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar.
Conhecida pela “mulher dos 40 mil litros de tequilha”, Chavela apaixona-se por Pilar, travando com o escritor uma luta para que a personagem sobreviva, para que o amor resista e se conserve nas folhas de papel que Federico García Lorca a ela dedica. Chavela transmite ao mesmo tempo uma “sensação de poder absoluto” e uma “segurança disfarçada”.
Com encenação de Luísa Pinto, direção musical de Carlos Tê e texto de Filipe Pinto e Pedro Pinto, “Chavela” estreia no próximo dia 1 de março no Cine-teatro Constantino Nery com uma novidade. A partir dessa altura, as folhas de sala passam a estar acessíveis aos cidadãos com deficiência visual. “Tínhamos cinco pessoas invisuais que vinham sempre aqui ver os nossos espetáculos. Agora, com as folhas de sala em Braille passam a ter acesso a outro tipo de informação”, explicou Luísa Pinto.
Graças à colaboração de Susana Gonçalves, técnica do Centro de Leitura Especial da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, as folhas de sala estão agora disponíveis em Braille. “Deixamos de estar dependentes de terceiros. Passamos a ter acesso a informação pertinente sobre o espetáculo. É mais uma porta aberta para a cultura, para as artes e espetáculos. É uma primeira experiência, mas podemos ir mais longe. No Brasil, é já muito comum a audiodescrição”, salientou. “É um desafio que temos pela frente. Vamos ver se temos meios para isso”, respondeu Luísa Pinto, também diretora artística do Cine-teatro Constantino Nery.
“Chavela” estará em cena de 1 a 25 de março, de quarta a sábado às 21h30 e domingos às 16h00. O preço dos bilhetes é de 7,50€.
Ficha técnica:
Encenação e Dramaturgia de Luísa Pinto
Texto de Pedro Pinto e Filipe Pinto
Direção Musical e Canções Originais de Carlos Tê
Interpretação: Flora Miranda, Inês Mariana Moitas e João Miguel Mota
Arranjos e Produção Musical: Miguel Ferreira
Músicos: Miguel Ferreira, Nicolas Tricot e Pedro Vidal
Produção Cine-Teatro Constantino Nery/Câmara Municipal de Matosinhos
Encenação e Dramaturgia de Luísa Pinto
Texto de Pedro Pinto e Filipe Pinto
Direção Musical e Canções Originais de Carlos Tê
Interpretação: Flora Miranda, Inês Mariana Moitas e João Miguel Mota
Arranjos e Produção Musical: Miguel Ferreira
Músicos: Miguel Ferreira, Nicolas Tricot e Pedro Vidal
Produção Cine-Teatro Constantino Nery/Câmara Municipal de Matosinhos
Conteúdo atualizado em29 de fevereiro de 2012às 11:57
