Tradição cumpriu-se mais uma vez no Parque 25 de Abril
“É mesmo o carinho pela tradição. É saber que antigamente, nas freguesias do Norte, havia muitos Fogos de Bonecos e que agora só há um. É o último. Nós, pelo menos, não os vendemos para mais lado nenhum. Temos, por isso, de acarinhar este, antes que desapareça”. Palavras do responsável pela empresa que assegura o Fogo dos Bonecos do Senhor de Matosinhos todos os finais de tarde da terça-feira, feriado municipal , há muitas décadas.
A empresa familiar à guarda da qual estão as peculiares figuras representando os ofícios e atividades do século XIX já vai na terceira geração, prometendo este ano voltar a terminar o espetáculo com a mais previsível das surpresas: a estrepitosa explosão da cabeça de um dos bonecos.
Construídos como se de marionetas se tratassem, estes bonecos são movidos a propulsão pirotécnica: o rebentamento de um foguete dá-lhe a energia que necessita para dar movimento ao boneco e à roda que o suporta. Até que rebenta outro foguete e o movimento continua. Andam à roda até que explode a cabeça, a roupa arde até que se apaga, passando depois para o boneco seguinte. O Fogo dos Bonecos demora cerca de 30 minutos, o tempo necessário para queimar todas as figuras que compõem o enredo.
Ao longo de três semanas, as principais ruas do centro de Matosinhos acolhem cerca de um milhão de visitantes. A Feira de Artesanato, a Feira da Louça, a Feira do Livro, os doces regionais, as farturas, o pão com chouriço, as bifanas, a sardinha assada, o caldo verde, os carrosséis, assim como a animação cultural, são alguns dos atrativos.
A programação cultural inclui ainda teatro, música popular e clássica, cinema, exposições, lançamento de livros, noites de fado, festivais de folclore, desfile de fanfarras e tunas académicas.
