Espetáculos de Diana Niepce e Beatriz Valentim em Matosinhos
O sexto “DDD Dias da Dança”, cuja organização envolve os municípios de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia, chega este fim de semana ao fim, numa edição marcada pelo reencontro entre artistas e públicos depois da pandemia. À semelhança de anos anteriores, a programação dividiu-se entre espaços de auditório e online (DDD IN), espaço público (DDD Out) e o “DDD Campus”, dedicado à formação e partilha de conhecimento entre alunos de artes performativas e profissionais, através da realização de workshops, aulas e conversas. Da programação “DDD IN) prevista para este fim de semana em Matosinhos, destaque para a apresentação de “Anda, Diana”, de Diana Niepce, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery. Bailarina e coreógrafa portuguesa, Diana Niepce ficou tetraplégica depois da queda de um trapézio em 2014. “Anda, Diana” retrata a reconstrução do seu eu, num diálogo entre corpo e mente até construir o corpo que dança. A peça questiona o que é a norma, desafiando os preconceitos e as ideias que a sociedade tem no que respeita à estética dos corpos. Já o espetáculo que encerrou o festival em Matosinhos, no âmbito da programação “DDD OUT” realizou-se hoje junto à Câmara Municipal de Matosinhos. “Self”, de Beatriz Valentim, inicialmente um espetáculo a solo, logo se transformou num dueto, com a interpretação, além da autora, de Mercedes Quijada, que analisam e experienciam os estímulos internos e externos que o corpo recebe. Beatriz Valentim é bailarina e coreógrafa. Concluiu o curso de formação de bailarinos da Escola de Dança do Conservatório Nacional, é licenciada em sociologia pelo ISCTE-IUL e pós-graduada em dança contemporânea pela ESMAE, terminando como bolseira para o Camping 2020 do Centre National de la Danse, Paris. Trabalhou com vários coreógrafos e artistas como Olga Roriz, Jérôme Bel, Raimund Hoghe, Mafalda Deville, Elisabeth Lambeck, São Castro e António Cabrita, Sílvia Real, Francisco Camacho e Né Barros. “Self” é a sua mais recente criação, iniciada em 2021. O Festival DDD chega, assim, ao fim. Ao longo de 13 dias, foram apresentados 44 espetáculos, entre estreias mundiais e nacionais, com artistas consagrados e novos talentos de diferentes nacionalidades.