
15.06.11
Ontem, dia 14 de Junho, foi feriado municipal em Matosinhos. Um dia de grande festa com particular destaque para as celebrações religiosas na Igreja Paroquial. A Eucaristia Solene celebrou-se, pelas 11 horas, e foi presidida por D. Pio Alves, Bispo Auxiliar do Porto.
O Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, assistiu às cerimónias religiosas, acompanhado pelo Vice-Presidente, Dr. Nuno Oliveira, e pelos vereadores Fernando Rocha, Correia Pinto, Guilherme Aguiar, Ana Fernandes, Alexandra Gavina e Vasco Pinho. Marcaram igualmente presença o Presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos, António Parada, e o Presidente da Junta de Freguesia de Leça da Palmeira, Pedro Sousa.
Foram milhares os visitantes e devotos que fizeram questão de observar a beleza dos altares magnificamente decorados com as mais bonitas flores. Os cânticos, a fé, a devoção dominaram a manhã, a mais importante das festividades religiosas daquela que é talvez a maior e mais antiga romaria do Norte de Portugal.
A crescente importância da festa do Senhor de Matosinhos vai-se reflectindo na expansão da duração da festa: já foram três dias e agora são três semanas.
Refira-se que o Senhor de Matosinhos se realiza 51 dias depois da Páscoa, em redor da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, e o dia mais importante é a terça-feira, o feriado municipal. A festa adquiriu novas dinâmicas com as notáveis acessibilidades com que Matosinhos foi dotado e expande-se em multifacetadas iniciativas populares, culturais, etnográficas.
Nos dias da festa, a Igreja fica repleta de flores e o seu colorido ilumina o brilho pesado do ouro da talha barroca do retábulo e da capela-mor. Aí se encontra uma das mais antigas imagens de Cristo do mundo. Reza a lenda que foi o Seu discípulo Nicodemus, que retirou Cristo da Cruz, que a esculpiu e, perseguido pelos judeus, a atirou ao mar e foi em Matosinhos que deu à costa.
Depois de muitas aventuras, a imagem ficou, desde o dia 3 de Maio de 1733, no altar-mor da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos. Ficou esta data como sendo a da realização da primeira Festa do Senhor de Matosinhos e o número de peregrinos em busca de bênções é cada vez maior.
Considerada a mais antiga imagem de Cristo crucificado do país, a peça, esculpida em madeira, vai ser restaurada no final das Festas. O trabalho de restauro, com um prazo de execução de cerca de meio ano, vai ser realizado pelo restaurador/conservador Alexandre Maniés, em colaboração com o Centro de Conservação e Restauro da Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, que procurará “devolver estabilidade física e química à imagem”.
Tendo em conta o mau estado de conservação da imagem, o restauro terá lugar numa sala da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, mantendo-se, desta forma, as actuais condições de temperatura e humidade. O custo do restauro rondará os 20 mil euros.
Recorde-se que em 2007, e pela primeira vez em 40 anos, voltou a sair à rua a imagem do Cristo Crucificado, uma réplica da peça original que data do Século XIII que a Câmara Municipal mandou executar. A procissão realizava-se sem o andor desde o ano de 1967.
O dia do feriado municipal é também o dia do fogo dos bonecos. Um vasto público acorre, todos os anos, ao Parque 25 de Abril para assistir a esta antiga tradição. Aliás, a única festa do País que ainda mantém a tradição do fogo dos bonecos é a do Senhor de Matosinhos, o que obriga a um cuidado rigoroso no que diz respeito às regras de segurança e afastamento do público pois esta técnica praticamente não evoluiu.
Mesmo assim, o Fogo de bonecos continua a ser um espectáculo irresistível que agrada a miúdos e graúdos e a que vale a pena assistir!
Conteúdo atualizado em22 de junho de 2011às 14:32
