
Empresário agraciado em 2003 com a Medalha de Honra e o Título de Cidadão de Matosinhos
Faleceu hoje, aos 80 anos, Manuel Guerreiro Ramirez, empresário e bisneto do fundador das Conservas Ramirez, Sebastian Ramirez.
A Ramirez é a mais antiga indústria de conservas de peixe do mundo em laboração. Fundada em 1853, a empresa começou a exportar ainda no século XIX. Atualmente, a empresa está na quinta geração e é administrada pelos filhos Manuel e Vasco Teixeira Marques Ramirez.
Ramirez, Cocagne, The Queen of the Coast, Tomé, Al Fares ou La Rose são algumas das centenárias marcas que a Ramirez & Cª (Filhos), SA produz na «Ramirez 1853», a sua nova unidade industrial, em Lavra, inaugurada em 2015.
Para a nova fábrica, foram transferidas as unidades de Peniche e Leça da Palmeira. Uma novidade foi a criação de um museu, alusivo à história empresarial da Ramirez.
Nascido a 1 de setembro de 1941, em Vila Real de Santo António, Manuel Guerreiro Ramirez começou a trabalhar aos 15 anos na fábrica com o pai, Emílio Ramirez. Estudou e trabalhou na Alemanha, Inglaterra e França.
Aos 21 anos, era já gerente da fábrica de Vila Real de Santo António. Apostou sempre na inovação, melhoria e aperfeiçoamento dos métodos produtivos. A Manuel Guerreiro Ramirez deve-se a introdução, no mercado mundial do setor, das latas com abertura fácil.
Aos poucos, começou a modernizar a empresa, de forma a torná-la mais competitiva no mercado externo. Atualmente está presente em 45 mercados e produz mais de 55 referências, do atum às sardinhas, com passagem pela cavala, bacalhau, lulas, polvo, mexilhões ou filetes de anchova. Com 200 colaboradores, produz 45 milhões de latas/ano e fatura €30 milhões/ano.
Manuel Guerreiro Ramirez foi presidente da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe e da Associação Europeia dos Processadores de Pescado, diretor da Confederação da Indústria Portuguesa e da Associação Comercial de Lisboa, e cônsul da Finlândia.
A 22 de dezembro de 2003, a Câmara Municipal de Matosinhos atribuiu a Medalha de Honra e o Título de Cidadão de Matosinhos a Manuel Guerreio Ramirez, pelo seu contributo “para o bem social ou para o bom nome e glória de Matosinhos”.
Falar da história da Ramirez é falar da história de Matosinhos. Uma empresa que nunca perdeu o seu cariz familiar, mas que sempre soube acompanhar a evolução dos tempos, adaptando-se às novas tecnologias e aos novos mercados, ultrapassando muito períodos difíceis que o país atravessou (e atravessa), dando-nos uma verdadeira lição de resiliência.
A Câmara Municipal de Matosinhos lamenta profundamente o falecimento de Manuel Guerreiro Ramirez, endereçando as mais sentidas condolências à sua família e a todos os colaboradores da Ramirez.
