Antigo Vereador da Cultura da Autarquia faleceu hoje aos 91 anos.
“Azul
é cor do vento
é a cor dos teus olhos negros
é a cor do que é distante”.
Filho de pai pescador, Manuel Dias da Fonseca nasceu em Matosinhos no dia 6 de dezembro de 1923.
Formou-se em Ciências Físico-Químicas na Universidade do Porto, tendo sido docente no Liceu de Braga, na década de 50, passando depois por escolas na Póvoa de Varzim e no Porto. No final dos anos 70, fixou-se em Matosinhos, iniciando uma relevante atividade autárquica no Pelouro de Cultura, cargo que desempenhou entre 1980 e 1987. A aposta numa programação regular de espetáculos de música clássica e a criação de novos públicos para a cultura na Área Metropolitana do Porto ganharam uma visibilidade e notoriedade que perduram até aos dias de hoje. Um dos sonhos de Manuel Dias da Fonseca – a criação do Quarteto de Cordas- foi concretizado em 2007 pelo seu sucessor no Pelouro da Cultura, o Vereador Fernando Rocha, projeto reconhecido internacionalmente com a atribuição, em 2014, do Prémio Rising Stars da Organização Europeia de Salas de Concertos.
Foi pelo seu percurso como autarca, intelectual, e cidadão, e pela consciência do seu inegável e justo prestígio, que a Câmara Municipal de Matosinhos lhe atribuiu, em 21 de maio de 2007, a Medalha de Honra, em ouro, e o título de cidadão honorário de Matosinhos.
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Manuel Dias da Fonseca sempre foi homem ligado à música clássica, que explorou, no entanto, áreas tão diversas como as artes, a filosofia, as ciências, as literaturas, a política, a história, o cinema. Publicou três livros de poesia, há muito esgotados: “A solidão Povoada” (1953), “A noite, um dia, um rio” (1956) e “Talvez origem” (1976).
A 1 de Outubro de 2011, Dia Mundial da Música, a Autarquia inaugurou, em Matosinhos-Sul, em frente ao Parque da Cidade, a Rua Manuel Dias da Fonseca.
Um ano depois, a Câmara Municipal de Matosinhos assinalou a mesma efeméride, mas no Cine-teatro Constantino Nery, com a reedição das suas obras poéticas e o lançamento do livro “Uma entrevista com o Poeta”, da autoria de Manuela Espírito Santo.
No prefácio da obra, Guilherme Pinto referiu que “Manuel Dias da Fonseca marcou a cultura da sua cidade e da Área Metropolitana com esta forma percursora de arrostar a incompreensão de muitos para formar públicos que um dia justificassem a aposta”. “Ganhou. E fê-lo num tempo em que era muito difícil fazer vencer tais pontos de vista”, acrescentou o edil.
Manuel Dias da Fonseca faleceu hoje, em S. Mamede de Infesta, aos 91 anos.
Nesta hora de consternação, a Câmara Municipal de Matosinhos presta as mais sinceras condolências à família enlutada e expressa a mais sentida homenagem a um dos seus mais notáveis cidadãos.
O funeral de Manuel Dias da Fonseca realizar-se-á amanhã, dia 28 de agosto, pelas 14h00, no Tanatório de Matosinhos.
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