A inauguração da exposição “Armando Leça (1891-1977) Mapeamento e Construção da Música Portuguesa” decorreu a 26 de Julho, pelas 18h00, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca e contou com a presença do Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, do Vereador da Cultura, Fernando Rocha, e do Presidente da Junta de Freguesia de Leça da Palmeira, Dr. Pedro Sousa.
Esta é uma exposição evocativa da vida e obra de Armando Leça e resulta dum protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Matosinhos e o Instituto de Etnomusicologia (INET) da Universidade Nova de Lisboa contando com a direção científica da Doutora Rosário Pestana, investigadora do INET e da Universidade de Aveiro.
Nesta exposição, que estará patente ao público até ao dia 14 de Setembro, reúnem-se, pela primeira vez, fotografias e documentos inéditos que ilustram o percurso e a atividade de Armando Leça na área da música em Portugal.
No âmbito da inauguração da exposição foi ainda possível assistir-se ao lançamento do livro “Azulejos: Pessoas, Coisas e Acontecimentos de Leça da Palmeira-Matosinhos de outros tempos”, da autoria de Rui de Freitas Lopes, filho de Armando Leça e editado pela Junta de Freguesia de Leça da Palmeira.
Em setembro, será também realizada a apresentação do livro “Armando Leça e a Música Portuguesa”, da autoria da Doutora Rosário Pestana, que aborda a biografia de Armando Leça e analisa o seu contributo para o estudo da música portuguesa, nomeadamente com Recolha Folclórica realizada por Armando Leça em 1939.
Armando Leça foi um notável e multifacetado músico que marcou o panorama musical português durante a primeira metade do século XX. Natural de Leça da Palmeira, adotou o nome artístico de Armando Leça, em homenagem à terra que o viu nascer. Desenvolveu uma intensa atividade na área da música como intérprete, compositor e principalmente como etnomusicólogo. Foi ainda um notável professor e divulgador da música portuguesa em diversos programas radiofónicos. A ele se deve a primeira recolha gravada de música popular tradicional, abrangendo todo o território português, realizada em 1939 e que atualmente representa um marco fundamental para o conhecimento da cultura popular portuguesa. Outro dos aspetos mais significativos da sua obra foi a sua ligação aos primórdios do cinema português ao assinar diversas obras para uma das primeiras produtoras cinematográficas: a empresa Invicta-Filme.