Apenas dois anos e quatro meses depois de se ter instalado na recém-requalificada Casa de Chá da Boa Nova, o chef Rui Paula viu hoje ser-lhe atribuída a sua primeira Estrela Michelin, considerada o galardão máximo da restauração mundial. Cumpriu-se, deste modo, o desejo expresso pelo chef aquando da abertura do restaurante de Leça da Palmeira, e também o vaticínio do presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, que então considerou que a união da arquitectura de Álvaro Siza Vieira com a arte culinária do chef reunia os ingredientes necessários para alcançar este importante galardão internacional.
"Trata-se de uma aposta ganha e do reconhecimento da estratégia que a Câmara Municipal de Matosinhos adoptou para a requalificação da Casa de Chá da Boa Nova, não se limitando a restaurar um monumento nacional e adicionando-lhe também o valor acrescentando da cozinha do chef Rui Paula", considera Guilherme Pinto.
Recorde-se que, após a meticulosa operação de restauro levada a cabo em 2014 pela Câmara Municipal de Matosinhos, o novo restaurante de Rui Paula abriu as portas em julho daquele ano e transformou-se rapidamente num local de referência para os apreciadores da grande cozinha, recebendo o aplauso unânime da crítica gastronómica portuguesa. A Estrela Michelin agora atribuída constitui, assim, o corolário deste (ainda breve) percurso e da aposta feita na excelência e na criatividade.
O chef Rui Paula, recorde-se, tem mais três restaurantes — o DOC, em Folgosa, Armamar, o DOP, no centro histórico do Porto e o Recife, no Brasil —, todos anteriores à Casa de Chá da Boa Nova. Foi em Leça da Palmeira, porém, que o conceituado chef acabou por conquistar a sua primeira Estrela Michelin, beneficiando também da excelência da arquitectura e da incrível localização sobre os rochedos da Boa Nova.
O restaurante tem por lema “o mar à mesa”, refletindo a tradição local e os produtos da terra, sem esquecer a ligação do imóvel ao mar, tirando partida da extraordinária qualidade do peixe e do marisco desta zona costeira de Portugal. Trata-se de um espaço incomum, com janelas rasgadas sobre o horizonte e o oceano.
Após o restauro, que custou cerca de meio milhão de euros à Câmara Municipal de Matosinhos, a conservação e divulgação da Casa de Chá da Boa Nova foi confiada pela autarquia à Casa da Arquitectura-Centro Português de Arquitectura, que organiza visita guiadas ao monumento nacional.
