
Preocupado com a importância de “desenvolver na criança, desde o mais cedo possível, atitudes de segurança e comportamentos adequados à circulação na estrada”, o Governo Civil do Porto decidiu avançar com a criação de uma Rede Distrital de Escolas de Referência para a Educação Rodoviária.
Por entender que a escola “desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de uma cultura de Educação para a Segurança Rodoviária”, o Governo Civil do Porto envolveu neste projecto a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), as câmaras municipais do distrito do Porto, os agrupamentos escolares, a PSP e a GNR.
Matosinhos é um dos 18 concelhos do Distrito do Porto que terá um estabelecimento escolar especificamente dotado de um circuito rodoviário (no espaço exterior) e de uma sala de formação com meios audiovisuais. Estes equipamentos proporcionarão o desenvolvimento de acções continuadas, teóricas e práticas, de educação rodoviária juntos dos alunos para que assimilem os conhecimentos e obtenham as competências necessárias a uma adequada integração na circulação rodoviária.
A parte teórica será leccionada em sala. Já no circuito rodoviário, os alunos terão a possibilidade de colocar em prática aquilo que aprenderam. Ao volante de karts a pedal, os jovens poderão experimentar simulações de situações de trânsito, obedecendo às regras e à sinalização vertical disposto no circuito rodoviário.
“Com este projecto, estamos a apostar numa viragem geracional”, sublinhou a Governadora Civil do Porto. Isabel Santos, pretende, todavia, alargar a Rede Distrital de Escolas de Referência para a Educação Rodoviária: “Em vez de uma escola por Concelho, queremos ter uma escola por agrupamento”.
A Governadora Civil do Porto anunciou ainda que os Municípios terão um ano para elaborar os planos municipais de segurança rodoviária, com o apoio de uma equipa da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Para o director da DREN, Dr. António Leite, a missão da escola é a “formação de cidadãos para que tenham conhecimentos que lhes dêem competências académicas, científicas e profissionais, mas também de carácter ético e de cidadania. “A escola sozinha não é capaz de dar resposta a tudo. Foi dado o primeiro passo. A escola é um meio poderoso de educação para a cidadania”, disse o responsável da DREN.
O protocolo, assinado no dia 21 de Novembro, na EB 2,3 Passos José, em Guifões, contou com a presença do Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, e do Secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco.
Segundo Rui Pereira, “há 20 anos, tínhamos 2.600 mortos por ano nas estradas portuguesas, hoje temos menos de 800 por ano”. “Mesmo assim, ainda continuamos a ter mortos a mais, feridos a mais e acidentes a mais. Podemos dar passos ainda mais decisivos para o futuro”, referiu o Ministro da administração Interna.
O Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos aproveitou a ocasião para pedir ao Governo o acesso a uma base de dados mais detalhada sobre os locais onde ocorrem acidentes, mesmo aqueles que não originam vítimas, para que a Autarquia possa “trabalhar com dados mais objectivos”.
De acordo com o Dr. Guilherme Pinto, “é necessário provocar um choque emocional nas pessoas no que respeita às questões de segurança”, lembrando que os jovens e os idosos “são as vítimas mais frequentes dos acidentes no interior das cidades”. Como tal, está em curso a campanha “Quem incomoda, incomoda-se”, que visa alertar os condutores para o estacionamento proibido em passadeiras, passeios, lugares destinados a portadores de deficiência, em segunda fila ou em locais afectos a cargas e descargas. A partir de Janeiro, “haverá tolerância zero”, garantiu o Dr. Guilherme Pinto.
Presente na assinatura do protocolo esteve também o Vereador da Educação, Prof. António Correia Pinto.

