09.12.11
“Em tempos difíceis, tempos de prosa, a pior das prosas” o Prémio Camões 2011 considera a sobrevivência da Festa da Poesia um verdadeiro milagre.
Foram muitos os amigos e admiradores de Manuel António Pina que fizeram questão de marcar presença na Homenagem que a Autarquia lhe decidiu prestar, inserida na sétima edição da Festa da Poesia, e que se realizou ontem, dia 8 de Dezembro, pelas 15 horas, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca. Aplaudiram de pé o vencedor do Prémio Camões 2011 que agradeceu o carinho. “É bom sermos amados”, disse, tímido mas com o sorriso característico e o olhar arguto plantados no rosto.
Jornalista, escritor, Manuel António Pina nasceu no Sabugal, Beira Baixa, em 1943. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, deixou-se seduzir pela advocacia e pela publicidade. Foi, contudo, no jornalismo e a literatura, e no encontro de ambos, que Manuel António Pina descobriu a sua maior vocação ou uma das suas grandes paixões. Ainda estava na tropa quando entrou como estagiário no Jornal de Notícias, e aí ficou até 2001. Foi chefe de redacção e editor. Actualmente é cronista, quer no JN quer na Notícias Magazine. Ao longo dos 40 anos de jornalismo, colaborou com vários órgãos de comunicação social desde a República, ao Diário de Lisboa, Expresso, Jornal de Letras, Visão, entre outros.
Do jornalismo, Manuel António Pina passou à crónica e daí à literatura, à poesia, tendo também no seu vasto curriculum peças de teatro. É autor de quatro dezenas de livros de poesia, ficção, crónica e literatura infantil e ainda de duas dezenas de peças de teatro. Diversas obras suas foram levadas ao cinema, televisão e banda desenhada, bem como musicadas e editadas em disco.
São tantos os prémios que já lhe foram atribuídos que elencá-los aqui seria moroso. Destacam-se, todavia, alguns dos mais importantes: Prémio Gulbenkian (‘O Inventão’), 1986/1987; Prémio do Centro Português de Teatro para a Infância e Juventude (CPTIJ) pelo conjunto da sua obra infanto-juvenil, 1988; Prémio Nacional de Crónica, Press Club/ Clube de Jornalistas, 1993; “Prémio da Crítica” da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários (‘Atropelamento e Fuga’), 2002; Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/ CTT, (‘Os livros’), 2003; Prémio Gazeta de Mérito do Clube de Jornalistas, 2007; Prémio Fundação Bissaya Barreto de Literatura Infantil (‘O cavalinho de pau do Menino Jesus e outros contos de Natal’), 2010; e ainda Prémio Camões, 2011.
Numa cerimónia emotiva, sobretudo porque estava repleta de amigos, o Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, entregou a Manuel António Pina a Medalha de Mérito Dourado do Município de Matosinhos. Estavam também presentes o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, e o Vice-Presidente, Dr. Nuno Oliveira.
Um pouco sem jeito por ser o centro das atenções, e sem saber, como o próprio disse, o que fazer com as mãos, o poeta agradeceu esta homenagem: “Todos nós gostamos de ser conhecidos, é uma forma de sermos amados. Agradeço, por isso, esta homenagem e fico particularmente feliz por ser neste local, ou seja, na Biblioteca Florbela Espanca, e nesta altura, na Festa da Poesia”, disse.
Manuel António Pina recordou que estamos a passar por tempos difíceis, “tempos de prosa, a pior das prosas”. Por isso, o homenageado considera que é um verdadeiro milagre a existência, desde sete anos, da Festa da Poesia promovida pela Câmara Municipal de Matosinhos.
“Esta sobrevivência da Festa da Poesia é algo misterioso e o facto de a Autarquia de Matosinhos não a considerar apenas “gordura” é, no mínimo, admirável”, confessou Pina, acrescentando: “Nesta Câmara, não se fala de poesia. Faz-se! E não dá votos, não dá lucro… Então porquê? É admirável e por isso mais me honra e mais me torna feliz este reconhecimento nesta casa.”
Na sua intervenção, o Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, agradeceu as palavras elogiosas de Manuel António Pina, mas discordou com a ideia de que a poesia não dá “lucro”. O autarca explicou que a Cultura é uma das estratégias mais poderosas para fomentar o desenvolvimento de Matosinhos.
Recordando que, apesar do Porto, ter algumas mais-valias em relação a Matosinhos, nomeadamente, as mundialmente conhecidas caves do vinho do Porto, Matosinhos, terra de mar e do principal porto de mar do Norte, é cada vez mais o porto das artes. “Este é o porto das artes, o porto onde chega quem gosta de teatro, de arte, de música, de cultura.”, explicou o Dr. Guilherme Pinto.
Em relação a Manuel António Pina, o Presidente da Câmara destacou o olhar arguto do poeta, bem como a sua “escrita acerada, atenta e rigorosa”. A atribuição desta medalha é, na opinião do autarca, um gesto ganhador para o próprio Manuel António Pina, que vê aqui o seu talento e percurso de vida reconhecidos no contexto de um evento que tanto lhe diz, e para a própria Câmara Municipal porque “o Manuel é daquelas pessoas que têm capacidade de transformar as coisas em ouro, conferindo maior prestigio quer à Biblioteca Florbela Espanca quer à Festa da Poesia”.
“Todos nós temos alguma coisa de poeta! Manuel António Pina não tem. Porque ele é um poeta”, conclui o Presidente da Câmara.
Depois da homenagem, a Festa da Poesia continuou com a apresentação do documentário “Um sítio onde pousar a cabeça” produzido para a RTP2, da autoria de Alberto Serra e Ricardo Espírito Santo, tendo-se seguido um debate com a presença de Manuel António Pina e Germano Silva.
Esta Festa da Poesia ficou também marcada pelo lançamento do novo livro de Manuel António Pina “Como se desenha uma casa” editado pela Assírio e Alvim, seguido de leitura de poemas do autor e uma conversa com Luís Miguel Queirós.
Jornalista, escritor, Manuel António Pina nasceu no Sabugal, Beira Baixa, em 1943. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, deixou-se seduzir pela advocacia e pela publicidade. Foi, contudo, no jornalismo e a literatura, e no encontro de ambos, que Manuel António Pina descobriu a sua maior vocação ou uma das suas grandes paixões. Ainda estava na tropa quando entrou como estagiário no Jornal de Notícias, e aí ficou até 2001. Foi chefe de redacção e editor. Actualmente é cronista, quer no JN quer na Notícias Magazine. Ao longo dos 40 anos de jornalismo, colaborou com vários órgãos de comunicação social desde a República, ao Diário de Lisboa, Expresso, Jornal de Letras, Visão, entre outros.
Do jornalismo, Manuel António Pina passou à crónica e daí à literatura, à poesia, tendo também no seu vasto curriculum peças de teatro. É autor de quatro dezenas de livros de poesia, ficção, crónica e literatura infantil e ainda de duas dezenas de peças de teatro. Diversas obras suas foram levadas ao cinema, televisão e banda desenhada, bem como musicadas e editadas em disco.
São tantos os prémios que já lhe foram atribuídos que elencá-los aqui seria moroso. Destacam-se, todavia, alguns dos mais importantes: Prémio Gulbenkian (‘O Inventão’), 1986/1987; Prémio do Centro Português de Teatro para a Infância e Juventude (CPTIJ) pelo conjunto da sua obra infanto-juvenil, 1988; Prémio Nacional de Crónica, Press Club/ Clube de Jornalistas, 1993; “Prémio da Crítica” da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários (‘Atropelamento e Fuga’), 2002; Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/ CTT, (‘Os livros’), 2003; Prémio Gazeta de Mérito do Clube de Jornalistas, 2007; Prémio Fundação Bissaya Barreto de Literatura Infantil (‘O cavalinho de pau do Menino Jesus e outros contos de Natal’), 2010; e ainda Prémio Camões, 2011.
Numa cerimónia emotiva, sobretudo porque estava repleta de amigos, o Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, entregou a Manuel António Pina a Medalha de Mérito Dourado do Município de Matosinhos. Estavam também presentes o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, e o Vice-Presidente, Dr. Nuno Oliveira.
Um pouco sem jeito por ser o centro das atenções, e sem saber, como o próprio disse, o que fazer com as mãos, o poeta agradeceu esta homenagem: “Todos nós gostamos de ser conhecidos, é uma forma de sermos amados. Agradeço, por isso, esta homenagem e fico particularmente feliz por ser neste local, ou seja, na Biblioteca Florbela Espanca, e nesta altura, na Festa da Poesia”, disse.
Manuel António Pina recordou que estamos a passar por tempos difíceis, “tempos de prosa, a pior das prosas”. Por isso, o homenageado considera que é um verdadeiro milagre a existência, desde sete anos, da Festa da Poesia promovida pela Câmara Municipal de Matosinhos.
“Esta sobrevivência da Festa da Poesia é algo misterioso e o facto de a Autarquia de Matosinhos não a considerar apenas “gordura” é, no mínimo, admirável”, confessou Pina, acrescentando: “Nesta Câmara, não se fala de poesia. Faz-se! E não dá votos, não dá lucro… Então porquê? É admirável e por isso mais me honra e mais me torna feliz este reconhecimento nesta casa.”
Na sua intervenção, o Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto, agradeceu as palavras elogiosas de Manuel António Pina, mas discordou com a ideia de que a poesia não dá “lucro”. O autarca explicou que a Cultura é uma das estratégias mais poderosas para fomentar o desenvolvimento de Matosinhos.
Recordando que, apesar do Porto, ter algumas mais-valias em relação a Matosinhos, nomeadamente, as mundialmente conhecidas caves do vinho do Porto, Matosinhos, terra de mar e do principal porto de mar do Norte, é cada vez mais o porto das artes. “Este é o porto das artes, o porto onde chega quem gosta de teatro, de arte, de música, de cultura.”, explicou o Dr. Guilherme Pinto.
Em relação a Manuel António Pina, o Presidente da Câmara destacou o olhar arguto do poeta, bem como a sua “escrita acerada, atenta e rigorosa”. A atribuição desta medalha é, na opinião do autarca, um gesto ganhador para o próprio Manuel António Pina, que vê aqui o seu talento e percurso de vida reconhecidos no contexto de um evento que tanto lhe diz, e para a própria Câmara Municipal porque “o Manuel é daquelas pessoas que têm capacidade de transformar as coisas em ouro, conferindo maior prestigio quer à Biblioteca Florbela Espanca quer à Festa da Poesia”.
“Todos nós temos alguma coisa de poeta! Manuel António Pina não tem. Porque ele é um poeta”, conclui o Presidente da Câmara.
Depois da homenagem, a Festa da Poesia continuou com a apresentação do documentário “Um sítio onde pousar a cabeça” produzido para a RTP2, da autoria de Alberto Serra e Ricardo Espírito Santo, tendo-se seguido um debate com a presença de Manuel António Pina e Germano Silva.
Esta Festa da Poesia ficou também marcada pelo lançamento do novo livro de Manuel António Pina “Como se desenha uma casa” editado pela Assírio e Alvim, seguido de leitura de poemas do autor e uma conversa com Luís Miguel Queirós.
Conteúdo atualizado em9 de dezembro de 2011às 16:09
