
16.05.11
Foram dias de euforia para os amantes do jazz. De 11 a 14 de Maio, Matosinhos acolheu alguns grandes nomes ligados a este estilo musical. Foram, sem dúvida, dias em que o Jazz esteve em alta.
Foram dias de euforia para os amantes do jazz. De 11 a 14 de Maio, Matosinhos acolheu alguns grandes nomes ligados a este estilo musical. Tendo como palco o Cine-Teatro Constantino Nery ou o auditório da Exponor, artistas mundialmente reconhecidos ou jovens que dão os seus primeiros passos foram, sem dúvida, dias em que o Jazz esteve em alta.
A noite de sexta-feira, dia 13 de Maio, iniciou com Ivan Paduart Trio. O pianista belga iniciou os estudos de piano aos dez anos e aos dezassete estudou trompete e improvisação de jazz. Teve como mentor musical Michel Herr e mais tarde ingressou no “Roterdam’s Royal Conservatory”. Depois de um início no campo do jazz-fusão, encabeçando o seu próprio projecto Aftertouch, foca a sua actividade naquilo que pode ser descrito como o moderno jazz acústico. Ivan Paduart é considerado um dos principais Jazzmen da Europa e o melhor pianista de jazz da Bélgica, tendo tocado e gravado com Richard Galiano, Rick Margitza, Bill Evans, Didier Lockwood, Tom Harrel, Mike Stern, Philip Catherine e Hermeto Pascoal.
A noite seguiu perante um público animado e entusiasta com Larry Carlton Trio. Pela primeira vez em Portugal, um nome incontornável da guitarra e do jazz fusão. Vencedor, em 2011, de um grammy “Best Pop Instrumental Album" pela sua colaboração, com o músico japonês Tak Matsumoto, em "Take Your Pick.", Larry Carlton, é um dos maiores guitarristas de jazz - fusão do mundo.
O facto do seu nome, estar inscrito no “Rockwalk” em Hollywood, juntamente com Joe Satriani, Steve Vai e Jimmie Vaughn, é o exemplo claro disso mesmo. Autor da célebre música da “Balada de Hill Street” é um verdadeiro “coleccionador de grammys”, "Minute by Minute," e ainda, "Best Jazz Fusion Performance" pelo seu disco, “Last Nite”, são alguns dos seus prémios, culminando, em 1993, com o disco ao vivo da superbanda de Stanley Clark, com Billy Cobham, Deron Johnson e Najee e com mais um prémio, pelo disco gravado em parceria com Lee Ritenour. Com mais de 3000 sessões de estúdio, a lista de nomes com quem tocou é impressionante, destacando-se: Sammy Davis Jr., Herb Alpert, Quincy Jones, Paul Anka, Michael Jackson, John Lennon, Jerry Garcia, Dolly Parton, Barbra Streisand e Joan Baez, entre muitos outros.
A noite de sábado, 14 de Maio, abriu com GS Quartet. Liderado pelo jovem trompetista prodígio, Gileno Santana, GS Quartet é a grande revelação do Jazz lusófono.
Fazer uma abordagem diferente da música popular Brasileira, uma sonoridade rica em questões rítmicas como manda a tradição, adicionando uma linguagem jazzista, influência e resultado da formação dos componentes do grupo, é o objectivo do quarteto. Fazem música de uma forma livre e imersa em ritmos cativantes. A sua música vive da mistura de momentos únicos de improvisação colectiva a momentos serenos e mágicos. No seu reportório, co-habitam em perfeita harmonia, temas clássicos e originais. Tudo é possível para esta nova geração de talentosos músicos.
Por fim, a marcar o encerramento desta 15ª edição do Festival Matosinhos em Jazz, a diva brasileira, Tânia Maria, voltou ao Matosinhos em Jazz.
Tânia Maria, nasceu em São Luís, Maranhão, norte do Brasil.
Filha de uma família de músicos, iniciou cedo a sua actividade musical, aos sete anos começou a apreender piano e aos treze anos, já tinha o seu primeiro agrupamento. O seu primeiro trabalho “Apresentamos” foi gravado em 1969, seguido pelo “Olha Quem Chega”, em 1971. Por essa altura, Tânia trocou o Brasil por França e o famoso guitarrista Charlie Byrd, recomendou-a ao fundador da Concord Records - Carl Jefferson. Fruto de um ritmo estonteante, uma voz de largo espectro e forte capacidade interpretativa Tânia Maria transformou-se na maior referência mundial do jazz - fusão.
Em 1985, recebeu o seu primeiro Grammy Award, na categoria “Best Jazz Vocal Performance Female”. Actuou nos principais festivais, de que são exemplo: Monterey Jazz Festival, Saratoga Jazz Festival, JVC Jazz Fest, Montreux Jazz Festival, New Orleans Heritage Festival, Puerto Rico Heineken Jazzfest, Novosadski Jazz Festival e Jazz Middelheim. Tocou com os maiores músicos da actualidade, como: Steve Gadd, Anthony Jackson, Niels Hening Orsted Peterson, Sammy Figueiros e Eddie Gomes, entre tantos outros.
De salientar, por fim, a atribuição do prémio “Matosinhos Jazz Awards” pelo 4º ano consecutivo, um prémio que visa reconhecer o importante papel que os divulgadores e promotores de jazz têm tido no desenvolvimento do jazz e da cultura em Portugal.
José Duarte foi a personalidade eleita este ano para esta distinção. Nasceu em Lisboa em 1938. Foi fundador do Clube Universitário de Jazz de Lisboa, em 1958. Nesse mesmo ano iniciou a sua actividade na rádio com o programa O jazz, esse desconhecido, na Rádio Universidade.
Esta actividade de divulgação e educação para o jazz tem prosseguido até hoje, com destaque para o lendário Cinco Minutos de Jazz, porta de entrada na memória do jazz em Portugal e na Europa, nascido na Rádio Renascença em 1966 (e até 1975), depois na Rádio Comercial (1984-1993) e depois na Antena 1 (desde 1993).
Os programas Pão com Manteiga, À Volta da Meia-Noite e Abandajaaz (todos na Rádio Comercial), A Menina Dança? (desde 1989 mas na Antena 1 desde 1993) e Jazz com Brancas (na Antena 2 desde 2006), acompanhados por programas televisivos na RTP2, Outras Músicas (1990-1993) e Jazz a Preto e Branco (2001), completam este seu lado da vida.
Autor de múltiplas conferências e das biodiscografias dos músicos portugueses no New Grove Dictionary of Jazz (2.ª edição), membro de júris, coordenador em 2007-2008 da organização de uma orquestra de jazz com jovens músicos da EU ao abrigo das presidências europeias de 2007, editor do site www.jazzportugal.ua.pt (desde 1997) e professor auxiliar convidado da Universidade de Aveiro e do respectivo Centro de Estudos de Jazz desde 2002.
José Duarte foi galardoado, em 2004, com a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura, em 2005, com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores e em 2008 com a Medalha Municipal de Mérito-Ouro da Câmara Municipal de Lisboa.
A 10 de Junho de 2009, foi condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito pela Presidência da República e, a 10 de Dezembro do mesmo ano, foi homenageado na Universidade do Algarve, em Faro.»
Aproveitamos para felicitar, mais uma vez, o galardoado fazendo votos para que continue o seu trabalho brilhante em prol da música jazz, e da cultura.
A noite de sexta-feira, dia 13 de Maio, iniciou com Ivan Paduart Trio. O pianista belga iniciou os estudos de piano aos dez anos e aos dezassete estudou trompete e improvisação de jazz. Teve como mentor musical Michel Herr e mais tarde ingressou no “Roterdam’s Royal Conservatory”. Depois de um início no campo do jazz-fusão, encabeçando o seu próprio projecto Aftertouch, foca a sua actividade naquilo que pode ser descrito como o moderno jazz acústico. Ivan Paduart é considerado um dos principais Jazzmen da Europa e o melhor pianista de jazz da Bélgica, tendo tocado e gravado com Richard Galiano, Rick Margitza, Bill Evans, Didier Lockwood, Tom Harrel, Mike Stern, Philip Catherine e Hermeto Pascoal.
A noite seguiu perante um público animado e entusiasta com Larry Carlton Trio. Pela primeira vez em Portugal, um nome incontornável da guitarra e do jazz fusão. Vencedor, em 2011, de um grammy “Best Pop Instrumental Album" pela sua colaboração, com o músico japonês Tak Matsumoto, em "Take Your Pick.", Larry Carlton, é um dos maiores guitarristas de jazz - fusão do mundo.
O facto do seu nome, estar inscrito no “Rockwalk” em Hollywood, juntamente com Joe Satriani, Steve Vai e Jimmie Vaughn, é o exemplo claro disso mesmo. Autor da célebre música da “Balada de Hill Street” é um verdadeiro “coleccionador de grammys”, "Minute by Minute," e ainda, "Best Jazz Fusion Performance" pelo seu disco, “Last Nite”, são alguns dos seus prémios, culminando, em 1993, com o disco ao vivo da superbanda de Stanley Clark, com Billy Cobham, Deron Johnson e Najee e com mais um prémio, pelo disco gravado em parceria com Lee Ritenour. Com mais de 3000 sessões de estúdio, a lista de nomes com quem tocou é impressionante, destacando-se: Sammy Davis Jr., Herb Alpert, Quincy Jones, Paul Anka, Michael Jackson, John Lennon, Jerry Garcia, Dolly Parton, Barbra Streisand e Joan Baez, entre muitos outros.
A noite de sábado, 14 de Maio, abriu com GS Quartet. Liderado pelo jovem trompetista prodígio, Gileno Santana, GS Quartet é a grande revelação do Jazz lusófono.
Fazer uma abordagem diferente da música popular Brasileira, uma sonoridade rica em questões rítmicas como manda a tradição, adicionando uma linguagem jazzista, influência e resultado da formação dos componentes do grupo, é o objectivo do quarteto. Fazem música de uma forma livre e imersa em ritmos cativantes. A sua música vive da mistura de momentos únicos de improvisação colectiva a momentos serenos e mágicos. No seu reportório, co-habitam em perfeita harmonia, temas clássicos e originais. Tudo é possível para esta nova geração de talentosos músicos.
Por fim, a marcar o encerramento desta 15ª edição do Festival Matosinhos em Jazz, a diva brasileira, Tânia Maria, voltou ao Matosinhos em Jazz.
Tânia Maria, nasceu em São Luís, Maranhão, norte do Brasil.
Filha de uma família de músicos, iniciou cedo a sua actividade musical, aos sete anos começou a apreender piano e aos treze anos, já tinha o seu primeiro agrupamento. O seu primeiro trabalho “Apresentamos” foi gravado em 1969, seguido pelo “Olha Quem Chega”, em 1971. Por essa altura, Tânia trocou o Brasil por França e o famoso guitarrista Charlie Byrd, recomendou-a ao fundador da Concord Records - Carl Jefferson. Fruto de um ritmo estonteante, uma voz de largo espectro e forte capacidade interpretativa Tânia Maria transformou-se na maior referência mundial do jazz - fusão.
Em 1985, recebeu o seu primeiro Grammy Award, na categoria “Best Jazz Vocal Performance Female”. Actuou nos principais festivais, de que são exemplo: Monterey Jazz Festival, Saratoga Jazz Festival, JVC Jazz Fest, Montreux Jazz Festival, New Orleans Heritage Festival, Puerto Rico Heineken Jazzfest, Novosadski Jazz Festival e Jazz Middelheim. Tocou com os maiores músicos da actualidade, como: Steve Gadd, Anthony Jackson, Niels Hening Orsted Peterson, Sammy Figueiros e Eddie Gomes, entre tantos outros.
De salientar, por fim, a atribuição do prémio “Matosinhos Jazz Awards” pelo 4º ano consecutivo, um prémio que visa reconhecer o importante papel que os divulgadores e promotores de jazz têm tido no desenvolvimento do jazz e da cultura em Portugal.
José Duarte foi a personalidade eleita este ano para esta distinção. Nasceu em Lisboa em 1938. Foi fundador do Clube Universitário de Jazz de Lisboa, em 1958. Nesse mesmo ano iniciou a sua actividade na rádio com o programa O jazz, esse desconhecido, na Rádio Universidade.
Esta actividade de divulgação e educação para o jazz tem prosseguido até hoje, com destaque para o lendário Cinco Minutos de Jazz, porta de entrada na memória do jazz em Portugal e na Europa, nascido na Rádio Renascença em 1966 (e até 1975), depois na Rádio Comercial (1984-1993) e depois na Antena 1 (desde 1993).
Os programas Pão com Manteiga, À Volta da Meia-Noite e Abandajaaz (todos na Rádio Comercial), A Menina Dança? (desde 1989 mas na Antena 1 desde 1993) e Jazz com Brancas (na Antena 2 desde 2006), acompanhados por programas televisivos na RTP2, Outras Músicas (1990-1993) e Jazz a Preto e Branco (2001), completam este seu lado da vida.
Autor de múltiplas conferências e das biodiscografias dos músicos portugueses no New Grove Dictionary of Jazz (2.ª edição), membro de júris, coordenador em 2007-2008 da organização de uma orquestra de jazz com jovens músicos da EU ao abrigo das presidências europeias de 2007, editor do site www.jazzportugal.ua.pt (desde 1997) e professor auxiliar convidado da Universidade de Aveiro e do respectivo Centro de Estudos de Jazz desde 2002.
José Duarte foi galardoado, em 2004, com a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura, em 2005, com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores e em 2008 com a Medalha Municipal de Mérito-Ouro da Câmara Municipal de Lisboa.
A 10 de Junho de 2009, foi condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito pela Presidência da República e, a 10 de Dezembro do mesmo ano, foi homenageado na Universidade do Algarve, em Faro.»
Aproveitamos para felicitar, mais uma vez, o galardoado fazendo votos para que continue o seu trabalho brilhante em prol da música jazz, e da cultura.

Conteúdo atualizado em25 de maio de 2011às 18:22
