
31.05.11
Integrado no programa das Festas do Senhor de Matosinhos, assinalou-se hoje, dia 31 de Maio, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o Dia do Pescador, com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, e do Vereador da Cultura, Fernando Rocha.
A actividade piscatória tem constituído, desde há séculos, parte integrante da matriz produtiva do País. Exercida, tantas vezes, em circunstâncias extremamente dolorosas, levou milhares de vidas, páginas e páginas de um historial de tragédias. Mas, ao mesmo tempo, alimentou e suportou vastas comunidades.
Em Matosinhos, a sua importância estende-se na história, tendo lançado raízes profundas na nossa cultura e estrutura social.
Matosinhos continua a ser hoje um concelho fortemente influenciado pela presença do mar. É uma verdade que o peso das actividades económicas ligadas à pesca diminuiu drasticamente, mas isso deve-se, essencialmente, a factores exógenos, designadamente a restrições impostas pela União Europeia.
De qualquer forma, é inquestionável que, em termos de imaginário colectivo e de enquadramento paisagístico, o mar é o elemento mais marcante das vivências quotidianas da nossa terra.
Neste contexto, a Câmara Municipal de Matosinhos e a NAPESMAT- Núcleo de Amigos organizaram em conjunto as comemorações do Dia do Pescador.
“Um dia vamos transformar o Dia do Pescador numa circunstância ainda mais apelativa para a nossa comunidade”, disse o Dr. Guilherme Pinto, na sessão de boas-vindas.
O Prof. António Cunha e Silva apresentou as “Ladaínhas ao pé da porta”, com a participação das varinas de Matosinhos, dando a conhecer um pouco da história dos azulejos nas casas dos pescadores que representam votos de agradecimento e promessas aos santos, principalmente na Rua Germano Paiva (também conhecida por rua dos Mestres), na Rua do Godinho e na Rua Mártir S. Sebastião.
Nossa Senhora dos Pescadores, Santos Populares, Pastorinhos de Fátima, Nossa Senhora da Conceição, S. José, Senhor de Matosinhos ou Mártir S. Sebastião são algumas das imagens presentes nos azulejos.
O Presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos, António Parada, defendeu a “preservação da memória colectiva da comunidade”, elogiando o trabalho do Prof. Cunha e Silva.
Seguiu-se a homenagem póstuma aos pescadores António Ferreirinha e João Braga. “Temos que recordar a memória daqueles que entre nós se distinguiram”, argumento o Presidente da Autarquia.
O Prof. Mike Weber, director da Estação Litoral da Aguda, em Vila Nova de Gaia, apresentou, por sua vez, um trabalho intitulado “O Homem e o Mar. A pesca na praia da Aguda no Norte de Portugal”.
Da parte da tarde, o programa contou com a actuação do Grupo de Cavaquinhos do Porto, com um momento de poesia dedicada à vida do mar, pelo poeta Arnaldo Silva, a apresentação do filme “Um dia na vida de um pescador”, de Marcos Lourenço, e a actuação da tuna académica e do coro do IPAM- Instituto Português de Administração e Marketing.
O Dia do Pescador culminou com a inauguração da exposição «Um lanço de mar na festa», na Casa dos Milagres da Santa Casa da Misericórdia de Matosinhos.
Conteúdo atualizado em8 de junho de 2011às 15:52
