Museu de Congonhas dá a conhecer ao Brasil o trabalho de ornamentação de flores dos altares da igreja de Matosinhos
A devoção ao Senhor Bom Jesus uniu Congonhas e Matosinhos num acordo de geminação assinado em 1986.
As duas cidades têm estreitado cada vez mais as suas relações, principalmente desde 2017, estabelecendo pontes de fé, arte, cultura, gastronomia, economia e inovação.
A realização, em parceria, do I Congresso Internacional de Senhor de Matosinhos este ano, assinalou o arranque efetivo do novo acordo de geminação, entretanto fortalecido com a realização do II Congresso em Congonhas, no próximo ano.
Para celebrar a geminação entre Congonhas e Matosinhos, o Museu de Congonhas inaugurou ontem a exposição inédita "Bom Jesus de Matosinhos de Portugal”. A sessão de inauguração contou com a participação do Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, Fernando Rocha, que fez questão de enviar uma mensagem de vídeo.
Produzida pela Câmara Municipal de Matosinhos, a mostra apresenta cerca de 40 imagens da autoria do fotógrafo português Sérgio Jacques durante as Festas do Senhor de Matosinhos este ano.
As imagens revelam momentos relacionados com a ornamentação de flores naturais da Igreja Matriz em homenagem ao Bom Jesus de Matosinhos.
A decoração floral do altar-mor e dos restantes oito altares laterais é um trabalho que envolve a participação de dezenas de voluntários, de todas as idades e maioritariamente femininos. As portas abrem-se no principal fim de semana da Romaria. De sábado, dia do fogo de artifício, ao feriado municipal (terça-feira), são milhares os devotos que visitam a Igreja Matriz para apreciar as decorações florais, formando filas à porta do templo.
Grande parte das flores é, atualmente, proveniente de outras paragens de Portugal, como a ilha da Madeira, mas também da Holanda. Contudo, durante séculos, as flores utilizadas nestas decorações eram de Matosinhos. Esta era, antes da industrialização e do desenvolvimento urbano, uma região muito rica em flores - e assim nasceu esta tradição.
A exposição, agora inaugurada, antecede o Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, uma das maiores festas religiosas do Brasil, que se realiza de 7 a 14 de setembro, e insere-se na programação especial que o Museu de Congonhas preparou dedicada ao Mês do “Aleijadinho” (Antônio Francisco Lisboa), autor das capelas com as cenas da Paixão (ou Passos) do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos de Congonhas.
