A primeira edição do “Cena Contemporânea de Matosinhos em Português”, o Festival de Teatro promovido pela Câmara Municipal de Matosinhos de 18 a 30 de setembro, prosseguiu ontem, dia 23 de setembro, com mais duas iniciativas.
Pelas 18h00, foi possível assistir no Parque Basílio Teles a “Deus lhe Dê em Dobro”, proveniente do Brasil.
Vivemos uma Crise financeira no mundo, esta crise poderia ser vista como oportunidade mas, aí está a questão: conseguiremos ver uma saída? Parece que somos todos cegos, mudos e surdos. Cegos - porque não queremos ver. Mudos - porque não queremos falar. Surdos – ainda que haja alguém que grite, não se ouve. Na verdade, “Deus Lhe Dê Em Dobro”, (um ditado popular brasileiro) mostrou que somos cegos para ver os factos e sem braços para fazer algo e, pior ainda: com poucas ideias para diminuir as diferenças entre pobres (ociosos) e os ricos (gulosos).
A adaptação do texto foi feita por Creuza F Borges, em colaboração com o elenco, bem como a encenação. A produção coube ao Grupo Dragao7, sendo o elenco constituído por Beth Rizzo e Leticia Bortoletto.
Pelas 20h00, decorreu um jantar/debate intitulado “À Mesa com a Cena Lusófona” - Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Galiza, Moçambique. Esta ação permitiu a discussão em torno das políticas de intercâmbio cultural no universo lusófono e teve como intérprete musical de compositores lusófonos Rui David.
A Cena Lusófona iniciou as suas atividades em 1995. Cerca de 40 pessoas – encenadores, atores, cenógrafos, técnicos, antropólogos e arquitetos criaram e têm desenvolvido uma organização exclusivamente dedicada ao intercâmbio teatral entre os países de língua portuguesa. Tem a sua sede em Coimbra, Portugal. Entre o trabalho realizado, destacam-se: espetáculos internacionais co-produzidos por parceiros de dois ou mais países lusófonos; um festival rotativo chamado “Estação”, que já teve lugar em Moçambique, Brasil, Cabo Verde, Portugal e São Tomé e Príncipe; o inventário de espaços cénicos nos países africanos de língua portuguesa; a criação de um Centro de Documentação e Informação (CDI), que recolhe e divulga informação acerca do teatro nos países lusófonos; um conjunto de publicações, que inclui uma coleção de dramaturgia de língua portuguesa, uma revista especializada (setepalcos) e o jornal cenaberta (em papel e online); diversas ações de formação nos vários domínios do fazer teatral (interpretação, dramaturgia, técnica de palco, documentação).