
O secretário de Estado anunciou apoios financeiros específicos para o Desporto
A Câmara Municipal de Matosinhos promoveu ontem à noite um debate sobre o quadro atual desportivo e o futuro das modalidades, na sequência do impacto da pandemia por COVID-19 a nível mundial.
O debate, em formato webinar “Matosinhos à Conversa”, foi transmitido em direto, na página de Facebook da Câmara Municipal de Matosinhos.
Moderado pelo jornalista e coordenador da Sport TV no Porto, Rui Orlando, o debate contou com a participação da presidente da Autarquia, Luísa Salgueiro, do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, do diretor técnico da Federação Portuguesa de Futebol, José Couceiro, do presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, Manuel Fernandes, do presidente da Federação Portuguesa de Voleibol, Vicente Araújo, e do presidente da Federação Portuguesa de Andebol, Miguel Laranjeiro.
Luísa Salgueiro traçou o cenário atual da prática desportiva no concelho, lembrando que a autarquia continua a apoiar as 107 associações desportivas e os seus cerca de 20 mil atletas- entre federados e não federados- de 30 modalidades. Juntamente com a Matosinhos Sport, a autarquia suporta os custos relacionados com as inscrições dos atletas, exames médicos, seguros e a utilização dos equipamentos desportivos (no valor anual de seis milhões de euros).
A antecipação dos prazos da transferência de verbas para as associações desportivas para pagar as inscrições dos atletas, o reforço de apoios publicitários, a requalificação de instalações desportivas, são algumas das medidas em curso.
José Couceiro alertou para os efeitos da paragem competitiva no que respeita ao desporto de formação, frisando de que, no caso concreto do futebol, será necessário “encontrar alternativas” para reter praticantes após a pandemia de covid-19, dando como o exemplo os efeitos da paragem competitiva no escalão sub-19.
“Se já tínhamos dificuldades na retenção de jogadores nesta fase de passagem para os seniores, mais teremos com as condições que existem nesta altura. Portanto, temos de encontrar alternativas para que possamos reter o maior número de praticantes”, salientou.
Recorde-se que as competições dos escalões de formação de todas as modalidades coletivas estão interrompidas desde março do ano passado.
A ausência de competição nos escalões de formação foi, de resto, uma preocupação partilhada quer pelo presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, Manuel Fernandes, quer pelo presidente da Federação Portuguesa de Andebol, Miguel Laranjeiro.
Por sua vez, o presidente da Federação Portuguesa de Voleibol, Vicente Araújo, considerou que, em Portugal, prevalece uma “falta de cultura desportiva”, que pode ser alterada, e que a atual crise pandémica surge como “uma oportunidade” para essa mudança ocorrer.
Também o secretário de Estado da Juventude e do Desporto reconheceu as “consequências muito graves”, quer do ponto de vista desportivo quer do ponto de vista financeiro, da paragem de competição nos escalões de formação.
“Depende de todos nós o controlo da pandemia e o regresso dos escalões mais jovens. Não querendo desvalorizar, estou convencido que a retoma desses escalões vai resolver muitas das nossas preocupações e contribuir muito para a recuperação financeira dos clubes de base local”, afirmou João Paulo Rebelo.
Face à atual crise, o secretário de Estado anunciou que o Governo está a preparar um fundo de apoio extraordinário para o desporto, especificamente a pensar nos clubes de base local.
“O desporto, nos últimos anos, não contou com um cêntimo dos fundos comunitários e isso foi uma perda muito pesada para este setor. O facto de o programa Portugal 2030 considerar novamente o desporto, vai ser decisivo”, referiu.
João Paulo Rebelo anunciou ainda que será apresentado o Programa de Requalificação de Infraestruturas Desportivas deste ano (PRID 2021), um apoio distinto, criado em 2017, que já apoiou mais de 400 clubes desportivos de base local “no que diz respeito às suas infraestruturas”.
