02.07.12
Presidente da Câmara apelou à participação da comunidade piscatória na elaboração do projeto do novo porto de pesca.
Aproveitando a visita de deputados do Partido Socialista da Comissão Parlamentar de Agricultura e do Mar, dia 2 de Julho, à Docapesca, o Dr. Guilherme Pinto manifestou as suas preocupações relativamente à escassez da sardinha e os seus efeitos na comunidade piscatória. “A escassez de recursos pode ditar um grave problema social em Matosinhos. A quebra na captura de sardinha pode original uma falta de rendimentos nas famílias de pescadores que dela dependem. Por isso, é preciso adotar medidas de apoio à comunidade piscatória”, referiu.
O autarca apelou ainda à melhoria das condições de exercício da pesca, nomeadamente na Docapesca: “Estamos a falar de uma empresa nacional que nunca investiu em Matosinhos. Foi preciso uma situação urgente para resolver problemas higieno-sanitários básicos. Se a Docapesca fosse gerida em Matosinhos, não havia essa falta de investimento nem teria havido problemas de falta de manutenção. Não faz sentido que o dinheiro gerado na Docapesca em Matosinhos seja aplicado em todo o lado menos em Matosinhos É isso que temo que aconteça com o Porto de Leixões. Temo que, caso perca a sua autonomia, os investimentos previstos para o porto de pesca sejam desviados para qualquer outro porto”.
O Presidente da Câmara de Matosinhos deu a conhecer aos deputados, entre os quais Jorge Fão, Fernando Jesus, Luísa Salgueiro e Manuel Seabra, e ao presidente da junta de freguesia de Matosinhos, António Parada, o projeto do novo porto de pesca.
O Dr. Guilherme Pinto defende, acima de tudo, a participação da comunidade piscatória na elaboração do projeto do novo porto de pesca. “Tem que ser um projeto altamente participado”, reiterou.
O estúdio prévio, da autoria do arquiteto Rui Passos Mealha, prevê uma nova lota, serviços administrativos, escola de pesca, fábrica de gelo, entreposto frigorífico, espaço Antigas Carvoeiras, Mercado de Segunda Venda, Guarda Fiscal, Armazém dos Comerciantes, Armazém de Aprestos, Propeixe (garagem e serviços), telheiros de apoio à sardinha, e posto de abastecimento de combustível.
A intervenção, no âmbito da construção do novo terminal de contentores, incluída do Plano Estratégico de Transportes do Governo, ronda os 160 milhões de euros de investimento (cofinanciado por um novo quadro comunitário de apoio) e permitirá não só duplicar o número de contentores movimentados como remodelar por completo a Docapesca, obra essencial para Matosinhos, e toda a zona envolvente. “Atualmente, o acesso à Docapesca é feito pela Rua Heróis de França. Com esta obra, os camiões passarão a entrar pela portaria única”, anunciou o Dr. Guilherme Pinto.
O concurso público internacional poderá ser lançado no próximo ano. O novo porto de pesca poderá estar concluído dentro de 5 anos, caso se cumpram as previsões da APDL, anunciadas em maio.
“Estas obras são absolutamente necessárias. Passaremos a ter o porto de pesca mais moderno que é possível ter. Matosinhos só tem a ganhar com um porto de pesca dinâmico do ponto de vista económico. Quem não compreende isto, não tem visão do futuro”, diz Guilherme Pinto.
Depois da Docapesca, a visita dos deputados do PS prosseguiu com reuniões com os responsáveis da Propeixe e Associação de Industriais da Conserva de Peixe.
Conteúdo atualizado em2 de julho de 2012às 14:19
