Bispo de Díli, galardoado com o Prémio Nobel da Paz, falou sobre os 12 anos de independência do território.
“E depois…depois, Timor Ai- Knanoik” é o nome da de uma exposição, inaugurada hoje, dia 28 de Novembro, por D. Ximenes Belo, na Escola Secundária João Gonçalves Zarco, em Matosinhos.
O Bispo de Díli, galardoado com o Prémio Nobel da Paz, visitou a exposição, na companhia dos vereadores da Educação, Prof. António Correia Pinto, e da Cultura, Fernando Rocha. Seguiu-se uma palestra no auditório da escola perante uma plateia de alunos e professores.
Com o 25 de Abril de 1974, Portugal iniciou um intenso processo de descolonização. Um ano depois, o território de Timor é alvo de uma invasão por parte da Indonésia.
D. Ximenes Belo frisou que, há 37 anos, precisamente no dia 28 de Novembro de 1975, a FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor- Leste Independente) declarou a independência de Timor, dando início a uma dura guerra civil que durou até 20 de Maio de 2002.
O Bispo de Díli recordou o sacrifício que a conquista da liberdade significou para milhares de timorenses, confessando que o massacre no cemitério de Santa Cruz, a 12 de Novembro de 1991 foi o acontecimento negativo que mais o marcou.
A 10 de Outubro de 1996 recebe, a par de José Ramos Horta, líder da FRETINLIN, o Prémio Nobel da Paz. “Estava na missa. Não senti nada. Timor- Leste era ocupado pela Indonésia. Não se podia falar abertamente das nossas opções políticas”, contou.
Em 2002, Timor- Leste foi reconhecido pela comunidade internacional como um país livre e independente, na sequência de um referendo em que 87% da população votou a favor daquela opção. Já antes, entre 1999 e 2002, o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Melo liderou a missão das Nações Unidas que assegurou a transição do território.
“Em 12 anos de independência, não alcançamos tudo, mas o mais importante é que somos um país livre. Não esquecemos a solidariedade do povo português. A diplomacia portuguesa trabalhou muito nas Nações Unidas”, sublinhou.
A ligação entre Portugal e Timor iniciou-se em 1515. 450 anos depois, a história, a cultura, a língua e a religião são fatores comuns aos dois países. “É preciso cultivar nos jovens uma nova mentalidade. Uma mentalidade de fraternidade, de tolerância, de riqueza cultura, para formar uma comunidade forte no mundo, com caraterísticas próprias”, afirmou.
A exposição sobre Timor- Leste, patente no Museu Zarco, poderá ser visitada até 14 de Dezembro.