10.10.11
Conferências, workshops, caminhada, peddy-paper e cinema fazem parte do programa.
“A doença mental não é um bicho papão”. É a mensagem que ressalta do Dia Mundial da Saúde Mental, data que se assinala há 18 anos.
Este ano, o tema proposto pela World Federation for Mental Health (WFMH) para o Dia Mundial da Saúde Mental é “The great push : investing in mental heath”, que tem como principais pressupostos de acção a importância da Unidade, da Visibilidade, dos Direitos e da Recuperação das pessoas com doença mental.
Conhecidas repercussões que a doença mental tem a nível pessoal, familiar, social, económico e político, torna-se fundamental o envolvimento de toda a comunidade, já que a doença mental, directa e/ou indirectamente, a todos afecta.
As comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental decorrem este ano em Matosinhos. Na sessão de abertura, dia 10 de Outubro, o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos confessou ter ficado surpreendido com a dimensão dos números. As doenças mentais afectam cerca de 12% da população mundial. Estima-se que 450 milhões de pessoas (1 em cada 4) sofram, no futuro, uma doença do foro mental.
“Os dados são aterradores. As pessoas são estigmatizadas não pela doença, mas pelos seus comportamentos derivados da doença. É uma limitação individual terrível. Em Matosinhos, temos já em construção centros de dia e lares na área da deficiência mental, mas há ainda um longo caminho a percorrer”, admitiu o Dr. Guilherme Pinto.
Para Filipa Palha, presidente da Encontrar + SE, Associação de Apoio a Pessoas com Perturbação Mental Grave, “esta parceria reforça a convicção de que estamos a trabalhar no caminho certo”. “O trabalho nesta área é uma luta contínua. É preciso trazer as doenças mentais para o topo da agenda política”, acrescenta a presidente da Encontrar + Se, uma instituição com cinco anos de existência.
Filipa Palha salientou ainda que, no contexto da actual crise económica e social, é imperativo redobrar os esforços para ajudar os grupos mais vulneráveis, entre os quais se destacam as pessoas que sofrem de doença mental, e investir na promoção da saúde mental.
Também Fernando Rosas, da Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos, reconheceu que “a saúde mental é uma das áreas que merece um maior investimento”. “Há três anos a ULS de Matosinhos não tinha psiquiatras no seu quadro. Depois da implementação do Plano de Saúde Mental, a ULS tem agora três psiquiatras e uma pedopsiquiatra, e reforçou a equipa de psicólogos”, adiantou.
A Encontrar + Se atribui, pelo terceiro ano consecutivo, o Prémio Nacional de Jornalismo na área da Saúde Mental, em colaboração com a Fundação AstraZeneca, que distingue os profissionais da Comunicação Social e os seus trabalhos pelo “contributo na desmistificação da doença mental e o combate ao estigma a ela associado”. O primeiro lugar foi entregue à jornalista da RTP, Isabel Pereira Santos, pelo Presidente da Câmara Municipal, Dr. Guilherme Pinto. Houve ainda duas menções honrosas para as jornalistas Ana Leal (TVI) e Sónia Sousa (Rádio Antena do Minho), que foram entregues pelo Vice-presidente da Autarquia, Dr. Nuno Oliveira, e pelo representante da ULS de Matosinhos, Dr. Fernando Rosas, respectivamente.
As comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental prolongam-se até 12 de Outubro no Centro de Congressos e Desportos de Matosinhos. O programa engloba acções que tratam aspectos ligados à saúde mental ao longo do ciclo da vida, dirigidas a diferentes grupos e actores sociais (jovens, idosos, agentes educativos, utentes e cuidadores, comunicação social, dirigentes associativos, técnicos de saúde mental, e à comunidade em geral), com o objectivo de responder ao desafio proposto pela WFMH para as comemorações deste ano – o de alertar para a necessidade de investir na saúde mental.

Conteúdo atualizado em10 de outubro de 2011às 14:22

