
A comédia musical “Amor Solúvel”, um texto de Carlos Tê, com direcção musical de Helder Gonçalves dos Clã, e encenação de Luisa Pinto, que esteve em cena de 3 a 28 de Março, foi um enorme êxito que conquistou cerca de 3600 espectadores. De realçar que, com esta peça, o Cine-Teatro Constantino Nery obteve uma taxa de ocupação de 76,5%.
Um consultório sentimental em formato de “talk show” televisivo, onde um professor sexólogo dissertava sobre o amor nas suas várias vertentes, acompanhado por uma entrevistadora embevecida que lhe colocava as questões que recebia por email dos espectadores. Foi este o ponto de partida para o “Amor Solúvel” que, mais uma vez, demonstrou a genialidade da escrita de Carlos Tê, corroborada pela excelente componente musical, entregue a Hélder Gonçalves, e pela encenação a cargo da directora artística do Nery, Luisa Pinto.
E porque, depois de “amor Solúvel”, a fasquia da qualidade está bem elevada, no dia 14 de Abril estreia uma nova peça, no palco do Cine-Teatro Constantino Nery, que promete mais momentos hilariantes. Mantendo o registo de comédia, a peça “Relativamente”, de Alan Aykboum, tem encenação e tradução de João Lagarto, figurino de Manuela Ferreira e um elenco de luxo: Pedro Cerdeira, Isabel Montellano, o próprio João Lagarto e Patrícia Tavares.
“Com Relatively Speaking” diz o próprio Ayckbourn, “quis escrever uma peça bem feita. Acho que é importante para um dramaturgo fazer isto pelo menos uma vez na vida, porque, como em qualquer ciência, não se podem romper as convenções teatrais e destruir regras sem primeiro as ter compreendido intimamente e percebido porque é que elas existem.
A história é resumidamente a seguinte: Greg está a ficar cada vez mais desconfiado com a visita que Ginny, a sua namorada, vai fazer aos pais e decide ir atrás dela. Ginny vai na realidade encontrar-se com o antigo amante para acabar a relação com ele, mas quando Greg aparece e julga que o antigo amante e a mulher dele são os pais de Ginny a situação torna-se incontrolável e altamente hilariante.
Alan Ayckbourn é um autor pouco representado em Portugal. Ao produzirmos Relativamente, queremos corrigir essa falta. E queremos também fazer uma peça que, tendo embora uma vertente comercial, não deixa se ser “bom teatro”. Peça para quatro actores, com uma montagem simples, retrato de uma classe média inglesa com bastantes semelhanças com a portuguesa, mas sobretudo uma comédia extremamente divertida e eficaz.

