
Novo espaço vai ser construído dentro de dois anos nos terrenos da antiga refinaria
Até 2030 estará a funcionar nos terrenos da antiga refinaria da Galp, em Leça da Palmeira, o Centro Internacional de Biotecnologia Azul.
O protocolo de cooperação entre a autarquia de Matosinhos, a Galp, Fundação Oceano Azul e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) foi hoje assinado no Edifício dos Paços do Concelho, na presença do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.
O objetivo é posicionar Portugal como país líder mundial no setor da biotecnologia azul, recorrendo a capital privado de investidores nacionais e estrangeiros.
“As alterações climáticas são uma ameaça real. Portugal está a ser flagelado por essas mudanças. É preciso alterar a matriz energética. Apostar nas energias renováveis”, disse o ministro.
A economia do mar representa atualmente, segundo António Costa Silva, 5% do Produto Interno Bruto.
Estimativas da missão Starfish da Comissão Europeia para 2030 apontam para um volume de negócios na ordem dos 200 mil milhões de euros e 250 mil empregos no setor da biotecnologia azul nas áreas da alimentação, farmacêutica e bem-estar, bioindústria, biocombustíveis, recuperação ambiental e descarbonização. Em Portugal, com a entrada em funcionamento do Centro Internacional de Biotecnologia Azul, prevê-se uma quota de mercado entre 5% a 7%, o que corresponde a receitas entre os 10 e os 14 mil milhões de euros, e entre 20 mil e e30 mil empregos diretos qualificados.
Para o desenvolvimento do Centro Internacional de Biotecnologia Azul, o Governo criou um grupo de trabalho interministerial das áreas do mar, da ciência e da tecnologia e da coesão territorial, liderado por Madalena Torres, da Fundação Oceano Azul.
Até 30 de setembro, o grupo terá de apresentar um plano estratégico para o desenvolvimento do Centro Internacional de Biotecnologia Azul, que inclua um conjunto de medidas que assegurem um enquadramento competitivo para o setor da biotecnologia azul em Portugal e a proposta de um modelo técnico e de gestão para o Centro Internacional de Biotecnologia Azul, a instalar-se em Leça da Palmeira.
A primeira reunião do Comité de Acompanhamento do grupo de trabalho decorreu esta manhã.
A presidente da Câmara de Matosinhos lembrou, por um lado, o impacto económico negativo do encerramento da refinaria no valor de 220 milhões de euros, e, por outro, “a redução das emissões de carbono”, acrescentando que “o desafio é mitigar o impacto negativo e potenciar outras áreas de negócio naquele território”. A este propósito, o ministro da Economia e do Mar frisou que, perante o encerramento da refinaria, é tempo de “transformar as dificuldades em oportunidades”.
O CEO da Galp, Filipe Silva, explicou que, numa parte dos 240 hectares que a refinaria ocupa no território, será instalado o Centro Internacional de Biotecnologia Azul, “um projeto que se encaixa perfeitamente no conceito deste espaço”. Recorde-se que, desde o ano passado, está a ser desenvolvido em parceria com o Governo, a autarquia e a CCDR-N um Masterplan para a regeneração urbana dos terrenos da antiga refinaria, que passa pela criação de uma nova cidade neutra em carbono com a inovação como polo catalisador de desenvolvimento.
Findos os trabalhos de limpeza e de desmantelamento, seguir-se-á a descontaminação dos terrenos, um processo que será feito por fases mediante um calendário de prioridades, onde se inclui o Centro Internacional de Biotecnologia Azul e o futuro pólo de investigação da Universidade do Porto.
Na sessão marcaram também presença o secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, o presidente da CCDR-N, António Cunha, o vice-presidente da autarquia, Carlos Mouta, o vereador da Cultura, Fernando Rocha, a vereadora do Desenvolvimento Económico, Comércio e Turismo, Marta Pontes, o administrador da Matosinhos Sport, Henrique Calisto, e o representante da Fundação Oceano Azul, Pedro Veloso.




