Festival de teatro no Cine-teatro Constantino Nery de 17 a 30 de setembro.
No princípio é o verbo, a palavra escrita em Português.
A segunda edição do festival Cena Contemporânea de Matosinhos em Português arranca já depois de amanhã e volta a contar com um programa eclético, assente em textos de alguns dos melhores autores da língua portuguesa. As palavras de Mário de Sá Carneiro, Herberto Helder, Luís Miguel Nava ou Alexandre O’Neill subirão ao palco (e ao corpo) de artistas de diferentes ofícios e latitudes. Quatro espetáculos terão estreia absoluta e haverá ainda concertos de Manuel Cruz e da cabo-verdiana Teté Alhinho, e uma peça de teatro da mais conceituada companhia de teatro angolana.
Entre os dias 17 a 30 de Setembro, o Cine-Teatro Constantino Nery e outros espaços da cidade de Matosinhos acolherão espetáculos de teatro, dança, música e documentários, reservando ainda lugar para o cruzamento de disciplinas, encontros entres criadores, oficinas, o lançamento de um livro e debates sobre novas dramaturgias, a escrita de palco e as políticas de intercâmbio cultural entre os países de Língua Portuguesa. O programa completo pode ser consultado em http://www.cm-matosinhos.pt/uploads/writer_file/document/11286/Dossier_CENA_2015__v4_.pdf.
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Promovido pela Câmara Municipal de Matosinhos e pelo Cine-Teatro Constantino Nery, o festival Cena Contemporânea de Matosinhos em Português pretende destacar e promover o teatro e as artes performativas de todos os espaços do universo da língua portuguesa, assumindo o idioma e os lugares da lusofonia como um motor de diálogo intercultural e de troca de experiências.
Exemplo desta aposta é a nova produção do Cine-Teatro Constantino Nery, “Caminham Nus Empoeirados”, que será estreada em Outubro e terá, durante o festival, um ensaio aberto ao público. O espetáculo parte de um texto de Gero Camilo, ator e dramaturgo brasileiro, já encenado em São Paulo e que, em Matosinhos, será objeto de uma nova abordagem cénica, tendo como pano de fundo a dedicação ao teatro e o seu poder transformador.
Para além desta encenação, o festival trará a Matosinhos outros três projetos em estreia absoluta: “SAL”, da companhia Teatro do Frio, em torno das palavras de Mário de Sá Carneiro; a coreografia “Sol Subterrâneo”, da coreógrafa Né Barros, a partir de um poema de Luís Miguel Nava; e “Mar”, um espetáculo da companhia Mundo Razoável que encena pequenos textos que dramaturgos como Jorge Palinhos, Jorge Louraço Figueira ou Rui Pina Coelho dedicaram ao oceano e às gentes que nele se aventuram.
Do programa do Cena Contemporânea de Matosinhos em Português destacam-se ainda o espetáculo de rua “Água”, a peça “As Bondosas”, do Elinga Teatro, de Angola, “Portugal Meu Remorso”, uma criação de Ana Nave e João Reis a partir de textos de Alexandre O’Neill, e “Duas Pessoas”, produção do Teatro da Terra a partir do conto homónimo de Herberto Helder, protagonizada por Maria João Luís.
De regresso estará um dos maiores êxitos que passaram, nos últimos anos, pelo palco do Cine-Teatro Constantino Nery: “Um fio de jogo” explora o universo (épico e cómico) do futebol e conta com texto de Carlos Tê e a fulgurante interpretação de Pedro Almendra. Menos teatral, o espetáculo “Estação de Serviço” servirá para confirmar que Manuel Cruz é, a par de Carlos Tê, um dos grandes escritores de canções da música portuguesa contemporânea.
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