O Festival de Teatro em Português promovido pela Câmara Municipal de Matosinhos continua a dar que falar com um fim-de-semana repleto de iniciativas que é importante enumerar.
Na sexta-feira, 19 de setembro, pelas 19h00, realizou-se uma sessão de poesia “e por isso eu Amo Tanto a Palavra” – da autoria de Aurora Gaia e da editora Blossombirds books.
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Esta narrativa poética nasce da vontade de mostrar o vigor criativo de Aurora Gaia. A sua Palavra traduz a súmula de uma vida dedicada à arte e à cultura, plena de interações humanas e sociais extraordinárias, em que o espetador é convidado a tomar parte numa viagem encantada, durante a qual são realizadas leituras encenadas dos poemas de Aurora Gaia, com acompanhamento musical, canções, projeção de imagens e detalhes de expressão corporal (dança).
Ainda na sexta-feira, mas pelas 21h30, decorreu o vídeo-concerto, Inside Music Machine.
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Quando presenciamos um instrumentista em ação não nos apercebemos de um conjunto de comportamentos físicos e motores inerentes a todo o processo da performance musical. Aliando a investigação científica e a tecnologia à performance musical, este espetáculo propôs uma experiência multimédia onde a atividade muscular e neuronal da violinista, registada através de uma máquina termográfica e do EEG (electroencefalógrafo), se constitui parte integrante do mesmo. Da música à imagem: dois universos que interagem através da junção da arte e da tecnologia, abarcando diferentes estilos musicais.
No dia 20 de setembro, sábado, pelas 18h00, teve lugar a palestra com o escritor/dramaturgo Ondjaki – Angola, “Ondjaki nasceu em Luanda, em 1977.
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Prosador e poeta, também escreve para cinema e teatro. Co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (“Oxalá cresçam pitangas – histórias de Luanda”, 2006).
É membro da União dos Escritores Angolanos, membro honorário da Associação de Poetas Húngaros e membro fundador mas não permanente da Associação Protetora do Anonimato dos Gambuzinos. Está traduzido para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco, chinês, swahili e polaco.”
Ainda no sábado, pelas 21h30, foi possível assistir na sala principal do Cine-Teatro Constantino Nery, ao “Caso Hamlet”, uma criação que surge das ganas dos criativos da Peripécia Teatro em abordar um clássico do Teatro Universal. Para não estar com meias-medidas, este coletivo decidiu atacar directamente o,talvez, maior dramaturgo clássico: Shakespeare. E para não continuar com meias tintas, atacou também o seu mais longo, enigmático e controverso texto: Hamlet.
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Caso Hamlet, marca assim a estreia da Peripécia Teatro na abordagem de um texto clássico e procura transmitir, com humor, poesia e pujança cénica, um Hamlet essencial, apesar de desconstruído; misterioso, apesar de desmistificado.
A manhã de domingo, 21 de setembro, brindou-nos com uma edição do “Teatro para Bebés”, um tipo de espetáculo adequado à faixa etária dos 0 aos 4 anos de idade, baseado em três princípios: proximidade, interatividade, e estímulos sensoriais.
Desta vez, o Freddy que continua na idade dos porquês, descobriu como nascem os dentes,
para que servem, como cuidar deles e para onde vão e quando caem.
Com a proximidade entre os artistas e o público promove-se o contacto direto. Por isso, os pais e os "pequenotes" estão sentados no próprio palco, e não numa normal plateia. Com este encurtamento da distância entre público e artistas, fica facilitada a interatividade entre todos os participantes, outro dos princípios deste conceito. Todas as estórias e encenação têm a preocupação de envolver as crianças, através de estímulos de caráter sensorial, para que estas usufruam de uma experiência diferente, que apela não só aos sentidos da visão e audição, mas também aos do tato, havendo também estímulo à fala.
TEATRO PARA BEBÉS é, não só um acto de entretenimento, mas também um motivo de desenvolvimento motor e psico-social para os mais pequenos.
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Pelas 21h30, Sérgio Godinho foi o convidado especial de mais um Conta-me Histórias, na sala principal do teatro municipal de Matosinhos.
Uma conversa-concerto na qual o músico, de forma intimista, comentou pormenores menos conhecidos da sua prestigiada carreira a par da interpretação, em formato acústico, de alguns dos seus maiores êxitos musicais. No Conta-me Histórias a conversa vagueou entre músicas, memórias e momentos num ambiente descontraído e carregado de apontamentos de humor.
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A primeira edição do “Cena Contemporânea de Matosinhos em Português” decorre de 18 a 30 de Setembro e inclui quase uma dezena de espetáculos teatrais, mas também debates, concertos e uma exposição que homenageia a encenadora e atriz Fernanda Lapa, cuja carreira começou há 50 anos.
