Guilherme Pinto esteve reunido com armadores e com dirigentes da associação Propeixe.
O presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, exigiu hoje que o governo crie condições para que os pescadores que exercem a sua atividade no Porto de Leixões possam continuar a pescar sardinha a partir do mês de Abril sem que a quota seja previamente esgotada nos portos do sul do país. Para isso, o presidente da autarquia, secundado pelos armadores e pelos dirigentes da associação Propeixe, pretende que a quota de pesca atribuída a Portugal seja dividida em parcelas regionais, uma necessidade que só não é subscrita pelos armadores do Algarve.
Guilherme Pinto manifestou estas preocupações no final de uma reunião com os responsáveis da associação que agrega os armadores sediado em Leixões, na qual também participaram o vice-presidente da autarquia, Eduardo Pinheiro, dirigentes locais do PS e a deputada socialista Luísa Salgueiro. A visita serviu para que a câmara municipal desse conta da sua solidariedade para com os pescadores face a uma situação que põe em risco o trabalho e o rendimento de centenas de pescadores que se dedicam à pesca da sardinha, bem como das suas famílias, ameaçando ainda, e de modo muito significativo, um dos principais motores económicos do concelho, assente não só nas pescas, mas também na indústria conserveira e na restauração.
“Exigimos que, quando voltarem ao mar, os pescadores de Leixões ainda tenham quota de pesca disponível e que não suceda como em 2014, quando os recursos obrigaram a proibir a pesca a partir de Setembro, altura em que a faina a norte é ainda muito importante e com maior valor”, declarou Guilherme Pinto aos jornalistas.
Em causa está o facto de não existir sardinha no mar da parte norte do país durante os primeiros meses do ano, sendo a quota de pesca consumida pelos pescadores do sul numa altura em que aquele peixe tem menos valor económico. “Não faz sentido que o país não crie uma regra que permita que a quota não fique esgotada antes da época em que a sardinha pode ser mais valorizada”, explicou o presidente da câmara, acrescentando que também não se compreende que o governo mande os pescadores dedicarem-se a outros peixes, como a cavala ou o carapau, quando estes não existem nesta zona do país.
A manutenção das regras estabelecidas desde o ano passado pode implicar, segundo Agostinho da Mata, presidente da Propeixe, um fenómeno de migração em massa dos pescadores para o sul do país.