20.06.12
Empresários apoiam Escola de Segunda Oportunidade que esteve em risco de fechar.
Um relatório da OCDE mostra que, em Portugal, a taxa de abandono escolar antes da conclusão do ensino secundário ronda os 37%, um valor muito acima da média europeia (14%). Portugal comprometeu-se a reduzir a taxa em 10% até 2020.
Em Matosinhos, dados de 2001 revelam que 3.790 jovens abandonaram a escola sem completar o 9º ano, correspondendo a uma taxa de abandono escolar na ordem dos 17,2%.
Preocupada com este fenómeno, a Câmara Municipal de Matosinhos associou-se à Direção Regional de Educação do Norte e à Associação para a Educação de 2ª Oportunidade, firmando, em 2008, um protocolo para a criação da Escola de Segunda Oportunidade, um projeto socioeconómico inédito destinado a jovens entre os 16 anos e os 25 anos em situação de abandono escolar e em risco de exclusão social, sinalizados por instituições, com vista à sua integração social e profissional.
Localizada na antiga EB do Telheiro, em S. Mamede de Infesta, em instalações cedidas pela Autarquia, a Escola de Segunda Oportunidade divide a sua intervenção em quatro áreas distintas: formação vocacional (cozinha, costura e criatividade, carpintaria e eletricidade, informática), educação artística (teatro, música, dança, artes visuais), apoio à certificação (6º ano, 9º ano), desenvolvimento social e pessoal (apoio educativo, intervenção psicossocial).
Esta intervenção tem, em média, a duração de um ano. Uma parte da formação, segundo o diretor da Escola de Segunda Oportunidade, realiza-se em contexto de trabalho. Em quatro anos, cerca de 60 alunos foram certificados nos 6º e 9º anos. As taxas de frequência rondam os 75/80% “Atendemos 40 jovens por ano, mas há muitos mais que nos procuram. Somos uma porta aberta no abandono escolar”, frisou Luís Mesquita.
Na sequência da chamada “Lei dos Compromissos”, a Escola de 2ª Oportunidade esteve em vias de encerrar por falta de financiamento. “A EPIS (Empresários pela Inclusão Social) ajudou a resolver o problema do fecho desta escola. Boa parte das dificuldades do país decorre da baixa qualificação dos nossos recursos humanos. Por isso, apostei tudo nas escolas. Construíamos 28 centros escolares. Em Matosinhos, a educação vai continuar a ser a nossa bandeira, mas a comunidade tem que saber o que quer para o futuro”, defendeu o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, hoje, dia 20 de Junho, no final da assinatura de protocolo de cooperação com a Associação EPIS.
Criada em 2006, em resposta a um apelo lançado pelo Presidente da República, a Associação EPIS, atualmente com 200 empresários, centra a sua atividade no insucesso e abandono escolar. “Qualquer ser humano tem direito à educação e à oportunidade de ser autosuficiente”, explicou o presidente da instituição, Dr. Pires de Lima.
Em Matosinhos, o programa “Mediadores para o sucesso escolar no 3º ciclo” está a ser implementado em seis escolas básicas do Concelho, envolvendo 500 alunos.
Com o protocolo assinado, a EPIS apoia o funcionamento da Escola de 2ª Oportunidade com 22 mil euros.
Com o protocolo assinado, a EPIS apoia o funcionamento da Escola de 2ª Oportunidade com 22 mil euros.
Presentes na assinatura do protocolo marcaram também presença o Vereador da Educação, Prof. António Correia Pinto, e os presidentes de junta de freguesia de S. Mamede de Infesta, António Moutinho Mendes, e de Lavra, Rodolfo Mesquita.
Na próxima sexta-feira, dia 22 de Junho, o Salão Nobre dos Paços do Concelho acolhe o 1º Congresso Internacional de Educação de Segunda Oportunidade.
Conteúdo atualizado em20 de junho de 2012às 16:19
