Leça da Palmeira viveu três dias de animação, atraindo milhares de pessoas à zona envolvente ao Forte Nossa Senhora das Neves.
Depois do êxito da primeira edição em setembro do ano passado, a Câmara Municipal de Matosinhos decidiu antecipar para junho a recriação histórica dos Piratas em Leça da Palmeira, tirando partido do movimento gerado em torno da época balnear.
Desde muito cedo profundamente ligada ao mar pela pesca, produção de sal e construção naval, Matosinhos ficou conhecida a partir do século XII como terra de afamados “homens do mar” ligados ao comércio marítimo.
No século XIV eram frequentes as pilhagens e os assaltos a naus, galeões, patachos e caravelas, que asseguravam o comércio marítimo. Como tal, eram comuns os ataques na linha de costa entre Leça e Matosinhos.
Para combater os ataques dos piratas, tomaram-se medidas de prevenção como a vigilância das praias de dia e de noite e a construção de fortificações. Exemplo disso é o Forte de Nossa Senhora das Neves, também conhecido como Castelo de Leça, que, pelo segundo consecutivo, serviu de cenário à aventura dos “Piratas”.
“Este é uma forma pedagógica de contar a nossa História”, explicou o Vereador da Cultura, Fernando Rocha.
Além de divulgar o património histórico e cultural de Matosinhos, a Autarquia pretendeu com este evento atrair o turismo e incentivar a economia local. S. Pedro ajudou com o bom tempo, os visitantes aderiram em massa.
“Há muitas famílias que, este ano, por causa das dificuldades económicas, não vão ter férias. Quisemos, por isso, proporcionar a quem cá fica momentos divertidos que ajudam a distrair as pessoas das dificuldades do dia-a-dia”, acrescentou o Vereador da Cultura, que acompanhou o Presidente da Câmara Municipal, Dr. Guilherme Pinto, na visita ao recinto.
Foram milhares as pessoas que, ao longo dos últimos três dias, percorreram a zona envolvente ao Forte Nossa Senhora das Neves, assistiram a emocionantes duelos de espadas, a espetáculos de malabares e ao baile de gala, participaram na caça ao tesouro e nas visitas guiadas, cruzaram-se com o circo de comediantes e com as figuras típicas da época.
O artesanato, a doçaria conventual, as ervas milagrosas, as tendas da sangria, cerveja e ginjinha, as sandes de porco no espeto, o pão com chouriço ou as fogaças fizeram as delícias de quem recuperava forças para assistir aos duelos de piratas.
Além das iguarias disponíveis nas tabernas, os visitantes tiveram a oportunidade de presenciar as zaragatas entre piratas e o julgamento dos desordeiros, assim como a chegada de El- Rei D. João V para tratar dos ataques de paralisia.
Foram três dias de recheados de animação. Os “Piratas” estão de regresso a Leça da Palmeira no próximo ano.![]()
