Sábado, 21 de maio pelas 21h30 Teatro Municipal de Matosinhos – Constantino Nery.
O teatro em Matosinhos também é de sentido obrigatório. “Arte”, a peça que a dramaturga francesa estreou na Comédie des Champs-Élysées em Outubro de 1994, vai estar no palco do Teatro Municipal de Matosinhos – Constantino Nery já este sábado, numa encenação de Adriano Luz cujo elenco, para além dele, conta ainda com João Lagarto e Vítor Norte.
Principia assim em grande a programação dramatúrgica da Capital da Cultura do Eixo Atlântico, que já na próxima semana contará com outro nome de peso: o brasileiro Gregório Duvidier, autor e ator da série “Porta dos Fundos”, trará a Matosinhos o êxito “Uma Noite na Lua”.
“Arte” é, antes de mais, uma comédia sobre a amizade e os seus limites, tendo como espoleta uma reflexão sobre a arte contemporânea. Ao fim de uma amizade de quinze anos, três homens desentendem-se quando um deles decide adquirir, por um preço extravagante, um não menos insólito quadro branco com riscas transversais brancas. A discussão em torno da obra de arte acabará por levar os amigos a zangarem-se e a dizerem coisas que não queriam.
Em causa está, claro, o debate em torno daquilo que deve ou não ser considerado arte, mas também, e sobretudo, sobre os limites da amizade: deverá dizer-se a um amigo querido que o quadro que comprou, e que tanto aprecia, não vale nada?
Nomeada para diversos importantes prémios internacionais, “Arte” foi traduzida por António Feio e não tem parado de somar salas cheias em todo o mundo – e também em Portugal, onde já foi vista por cerca de 200 mil espectadores. Frequentemente comprada com “O Misantropo”, de Molière, a peça analisa a importância da hipocrisia nas relações humanas, seja na vida privada ou nos assuntos públicos. No fim de contas, quando verdade e honestidade estamos dispostos a suportar?