Diz a tradição que no dia maior das Festas, o feriado do Senhor de Matosinhos, a Câmara Municipal de Matosinhos lança um novo livro relacionado com a cidade, as suas gentes e as tradições. Este ano não foi exceção. Hoje, pelas 17 horas, decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho o lançamento do livro “ O rosto verdadeiro do Senhor de Matosinhos” de Alexandre Maniés.
A apresentação ficou a cargo de Joel Cleto cabendo ao Presidente da Câmara, Guilherme Pinto, o encerramento da sessão. D. António Francisco dos Santos, Bispo do Porto, fez questão participar neste lançamento, num dia que dedicou de alma e coração a Matosinhos. Marcaram também presença o Vice-Presidente, Eduardo Pinheiro, o vereador da Cultura e Presidente da ANCIMA, Fernando Rocha, a vereadora Lurdes Queirós, os vereadores Ernesto Páscoa e Alfredo Barros e o Pároco de Matosinhos, Manuel Mendes.
O livro apresentado este ano é centrado na imagem do Senhor de Matosinhos, resultado de uma investigação realizada por Alexandre Maniés na área do restauro, passando esta por vários exames clínicos com o objetivo de determinar o seu estado e obter a sua datação. Após esta investigação concluiu o investigador de que não são conhecidas imagens semelhantes ao Bom Jesus em Portugal e sugere ainda que a mesma deve ter sido importada.
Esta obra, “ O rosto verdadeiro do Senhor de Matosinhos” bem como outras obras editadas pela Câmara Municipal de Matosinhos, como Rota de Fé de Isabel Lago e Senhor de Matosinhos – lenda, história e Património de Joel Cleto, A Igreja do Bom Jesus de Matosinhos – As Lendas , A Tradição e Realidade de Liliana Silva constituem um forte contributo para o conhecimento científico deste Senhor de Matosinhos, um Cristo Majestade e ainda toda a iconografia que lhe está associada. O fascínio causado por esta imagem chega-nos também de Cerqueira Pinto, um investigador do século XVIII, que no ano de 1737 regista de forma pormenorizada o espaço que a albergou até ao século XVI e o que lhe foi edificado neste mesmo século, no alto do antigo lugar de Manhufe. São de realçar as diferentes obras dedicadas a esta imagem, porém, a que se apresentou hoje, conduz-nos a uma realidade bem diferente pela mão de Alexandre Maniés. Nesta longa viagem de investigação, o autor revela-nos a matéria-prima usada para esculpir esta imagem poderosa que já existia nos finais do século XII.
Esta obra bilingue, é um excelente contributo para a história, quer local quer de âmbito nacional, uma vez que é um trabalho de investigação pioneiro que iluminou ainda mais este monumento religioso, classificado como Monumento de Interesse Publico.
Com a publicação desta obra a Câmara de Matosinhos prossegue a sua política editorial com objetivos bem definidos de divulgação e valorização da história concelhia.
Alexandre Manuel Viegas Maniés, nasceu em Castelo de Vide. Conservador-restaurador, obteve o bacharelato no Instituto Politécnico de Tomar em 1992. É também Mestre pela Universidade Católica do Porto em Escultura - O crucificado Bom Jesus de Matosinhos. Estudo técnico - conservação e restauro de uma escultura medieval, no ano de 2013.
Alexandre Maniés é responsável técnico por intervenções em património classificado e orientador de equipas de trabalho desde 1992. Após a conclusão da sua formação em Tomar, tem repartido o seu tempo como formador em conservação e restauro em algumas Instituições e como conservador-restaurador por conta própria, na área da escultura e talha dos séculos XII ao século XX.