Autora recebeu Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana
Ana Luísa Amaral recebeu ontem o prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana, atribuído pelo Património Nacional Espanhol e pela Universidade de Salamanca. Considerado um dos mais importantes prémios de poesia no mundo, o galardão, com 30 anos de existência, foi entregue pela Rainha Sofia de Espanha. Ana Luísa Amaral é a terceira autora portuguesa a receber este prémio, depois de Sophia de Mello Breyner Andresen (2003) e Nuno Júdice (2013). A cerimónia de entrega do prémio decorreu em Salamanca e contou com a presença do Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, Fernando Rocha, em representação do município. Ana Luísa Amaral tem uma ligação umbilical com Leça da Palmeira, como de resto, lembrou, em 2015, quando, por altura do 41º aniversário do 25 de Abril, foi distinguida pela Câmara Municipal de Matosinhos com a Medalha de Mérito Dourada. Ana Luísa Amaral nasceu em Lisboa em 1956. Aos nove anos, deixou Sintra e foi viver para Leça da Palmeira, onde reside até hoje. Em 2018, a par de Richard Zimler, Ana Luísa Amaral apadrinhou o Plano Municipal de Leitura de Matosinhos que, no passado, foi distinguido com o Prémio Ler+ do Plano Nacional de Leitura. Ao longo da sua carreira, a autora tem recebido inúmeras distinções, sendo as mais recentes o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído pela Universidade de Évora, e o galardão espanhol Leteo, uma iniciativa da Direção de Ação e Promoção Cultural da Câmara Municipal de Leão e do Clube Leteo Cultural. Em novembro do ano passado, a autora foi também distinguida pela associação das Livrarias de Madrid com o prémio Livro do Ano, na área de Poesia, por “What's in a name”. Doutorada em Literatura Norte-americana pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde foi professora, tem dezenas de títulos de poesia publicados desde “Minha Senhora de Quê” (1990). Nas palavras da presidente do Património Nacional, Ana de la Cueva, Ana Luísa Amaral definiu a poesia como “o antídoto da barbárie e do ódio”, dando “voz às mulheres, aos oprimidos, aos refugiados”. Na sua intervenção, Ana Luísa Amaral defendeu o papel da poesia como uma ponte que equilibra “as coisas e as pessoas”, a ligação “entre o passado e o presente com o futuro”. Sobre a atualidade, salientou o perigo das “novas ditaduras” no pós-pandemia e o acentuado “fosso entre ricos e pobres”.