Festival Cena Contemporânea de Matosinhos em Português entra hoje na sua segunda semana.
Abre com as palavras de Herberto Helder a última semana do festival Cena Contemporânea de Matosinhos em Português. As atrizes Maria João Luís e Maria Carvalho sobem hoje, pelas 21h30, ao palco do Cine-Teatro Constantino Nery para interpretarem “Duas Pessoas”, um delicado exercício teatral que tem por base a obra do genial poeta português recentemente falecido. Mas este será apenas o primeiro de uma semana recheada de grandes espetáculos em Matosinhos.
Com encenação de Maria João Luís e a participação da violoncelista Bárbara Duarte, “Duas Pessoas” questiona o lugar do indivíduo e mergulha na sua solidão, dando corpo ao muito particular solipsismo poético de Herberto. O espetáculo conta com música de José Peixoto, do Lisboa String Trio, de Johann Sebastian Bach e de Primus.
As palavras dos grandes autores da língua portuguesa regressam já no sábado ao Constantino Nery, onde João Reis e Ana Nave apresentam o sucesso “Portugal Meu Remorso”, que tem por base vários textos de Alexandre O’Neill. Tributo assumido às inquietações e incertezas de um país, o espetáculo é também uma expressão da admiração dos atores pelo poeta que apostava tudo na vida – "mesmo que errada".
Para os próximos três dias (25, 26 e 27), o programa do Cena marca encontro ainda para a praia do Titã, onde se poderá assistir a cinco representações da performance “Água”, da companhia Circolando. Música e palavra voltam a estar em destaque já amanhã à noite, no Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, onde o Teatro do Frio apresenta o seu “Concerto para Estrelas”, com textos e performance de Catarina Lacerda e dramaturgia de Rodrigo Malvar.
Promovido pela Câmara Municipal de Matosinhos e pelo Cine-Teatro Constantino Nery, o festival Cena Contemporânea de Matosinhos em Português decorre até ao dia 30 de Setembro e pretende destacar e promover o teatro e as artes performativas de todos os espaços do universo da língua portuguesa, assumindo o idioma e os lugares da lusofonia como um motor de diálogo intercultural e de troca de experiências. Do programa para esta última semana (disponível aqui), destaque ainda para a estreia absoluta de “Sol Subterrâneo”, a nova coreografia de Né Barros, que tem por base um poema de Luís Miguel Nava, e o concerto de Manuel Cruz que encerrará a digressão do projeto “Estação de Serviço”.