06.03.12
Presidente da Câmara defende que a Junta Metropolitana do Porto devia ser uma “embaixada dos nossos produtos”.
“É preciso reagir à crise. Este é um movimento de partilha. Queremos que nos digam o que pode ser melhorado no Concelho de forma a afinarmos a nossa estratégia”, disse o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, dia 5 de março, na abertura de mais um debate do Ciclo de Conferências “Agitar Matosinhos”, iniciativa que já vai na sua segunda edição.
No Centro Cultural de Leça do Balio, ladeado pelo presidente da junta de freguesia, Francisco Araújo, e pelo Vice-presidente da Autarquia, Dr. Nuno Oliveira, o Dr. Guilherme Pinto salientou que a crise atinge especialmente o norte do país sobretudo por causa da falta de qualificação dos recursos humanos. “A Câmara estabeleceu, por isso, a educação como prioridade. Seguiu-se a solidariedade social. O apoio às famílias mais carenciadas, através do programa municipal de apoio ao arrendamento. A construção de dez equipamentos sociais para a infância, a terceira idade e a deficiência. O ambiente, a requalificação da orla costeira, a conclusão da rede de saneamento básico são outras das prioridades”, referiu.
A propósito do fenómeno do desemprego, o edil recordou que não cabe à Autarquia criar postos de trabalho, mas sim criar condições para atrair o investimento privado gerador de riqueza e emprego. Os investimentos no Porto de Leixões e na Petrogal, as novas unidades da Ramirez, as indústrias criativas, o Espaço Quadra, a Escola de Gestão, além dos grandes eventos como os Hospitalários no Caminho de Santiago, o “Literatura em Viagem”, a Festa da Poesia, a Festa do Mar, o Festival dos Piratas, são alguns exemplos de focos de atração.
O atraso na intervenção da ponte de Goimil, a subsídio - dependência, o aproveitamento do Vale do Leça do ponto de vista turístico e a extinção de freguesias foram os assuntos abordados pelo público presente.
De acordo com o Dr. Guilherme Pinto, as restrições financeiras obrigam o Executivo a fazer opções. “Não podemos fazer tudo ao mesmo tempo. No final do mandato, as escolas e os centros de dia deixarão de ser uma necessidade. Nessa altura, podemos olhar para outras necessidades”, afirmou.
Ainda relativamente à crise, o autarca defendeu que o Norte “tem de deixar de querer competir com Lisboa”. “O Porto tem que criar uma estratégia independente de Lisboa e afirmar-se internacionalmente. Não vamos pedir o separatismo, mas não temos que pedir licença a ninguém para ir lá fora vender os nossos produtos. A Junta Metropolitana do Porto devia ser uma embaixada que promovesse os nossos produtos. A estratégia tem que ser nossa. O Norte tem que se unir”, defendeu.
O próximo debate do “Agitar Matosinhos” é já no dia 12 de março, no Auditório da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta, a partir das 21h30. A entrada é livre.
Conteúdo atualizado em6 de março de 2012às 12:45
